Assistência à saúde mental de mulheres em cidade do interior de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Sene, Lidiane Vieira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-08052015-171301/
Resumo: A assistência à saúde mental da mulher constitui-se em uma questão de dupla intervenção, em especial para aquelas em idade reprodutiva, visto que, a própria condição de maternidade traz riscos à mulher de desenvolver patologias importantes, repercutindo no cuidado com os filhos. O escopo do adoecimento mental além dos componentes biológicos envolvem as relações entre as pessoas e entre as pessoas e seus contextos de vida e, nesse sentido os profissionais da área têm ampliado suas ações além do tratamento por meio de medicamentos. E não é sem grandes dificuldades que a proposição desses serviços tem sido colocada em prática. A legislação diz que os municípios devem apresentar projetos para os serviços que pretendem implantar e, no que dizem respeito à saúde mental, os serviços abertos têm sido incentivados, em consonância com as políticas estabelecidas a partir do movimento de reforma na assistência. No presente trabalho investigou como se deu a entrada de mulheres no serviço de uma cidade do interior do estado de MG. Foram escolhidas aleatoriamente 30 mulheres conforme critérios de inclusão e exclusão de um total de 79. Destas 30, foi possível contatar e entrevistar 21. Foi utilizado o recurso da entrevista semiestruturada com foco nos seguintes tópicos: razões para busca de assistência, situações de vida relacionadas aos sintomas, repercussões do adoecimento mental em suas vidas e percepções sobre a assistência recebida. Os resultados foram apresentados considerando-se a caracterização das participantes e em conformidade com os objetivos, foram apresentados os dados relativos aos temas abordados nas entrevistas. Quanto às características sócio demográficas verificou-se que a maior parte das participantes vive com companheiro, têm de 1 a 5 filhos com idades entre 4 meses a 20 anos de idade não trabalha fora de casa atualmente, mas já trabalhou; a faixa etária predominante foi de 30 a 34 anos; escolaridade ensino fundamental incompleto, cor da pele auto declarada branca, oriundas do próprio município onde o estudo foi realizado. Os sintomas iniciais referidos pelas participantes que as levaram a buscar pela assistência foram alterações físicas, dores de cabeça, aceleração dos batimentos cardíacos, entre outros; psicológicas, tristeza, desânimo e comportamentais, buscar isolamento, negligenciar cuidados aos filhos, dentre outros. Os diagnósticos recebidos foram predominantemente transtornos de ansiedade e de depressão. As situações da vida que, na percepção das participantes, estiveram relacionadas a seu adoecimento foram conflitos conjugais, adoecimento e uso de drogas de pessoas da família. Como este repercutiu em suas vidas esteve ligado a conflitos no trabalho e na família. A assistência recebida é vista como muito boa, mas limitada por ter apenas um profissional responsável por ela. É centrada no medicamento embora seja vista também como um espaço em que podem ser escutadas e orientadas. Ao lado do recurso médico especializado aparece também o contexto religioso como meio de apoio para o enfrentamento dos problemas. O trabalho encontrou resultados semelhantes aos de outros estudos e também pode oferecer elementos ao contexto específico em que ele foi desenvolvido para a organização de serviços de assistência