Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Nascimento, Karine Vilela |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-11102024-145026/
|
Resumo: |
A espiritualidade tem emergido como um tema proeminente na literatura de saúde, particularmente ao longo das últimas décadas, e a experiência dos pacientes com ela tem sido associada a diversos resultados positivos. Apesar de ser uma dimensão distinta, a espiritualidade está intrinsecamente ligada à religiosidade, sendo também considerada universal, dinâmica e individualizada. Frequentemente, manifesta-se em momentos de doença e sofrimento, representando uma busca de sentido na vida por meio de relações interpessoais ou de crenças no transcendente. Esta pesquisa teve como objetivo analisar o conforto e as atitudes de estudantes de enfermagem e de enfermeiros em relação aos pedidos de oração realizados por pacientes e seus familiares. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, do tipo survey. A população foi constituída por estudantes de enfermagem e enfermeiros, selecionados a partir de critérios de elegibilidade estabelecidos, utilizando uma amostragem não probabilística por conveniência. O recrutamento dos participantes ocorreu no período de agosto/2021 até setembro/2022, através das mídias sociais (Facebook, Whatsapp, Instagram). A coleta de dados foi realizada por meio de dois questionários eletrônicos online e cenários simulados que envolviam o pedido de oração por parte de um paciente. Os dados foram posteriormente analisados por meio de estatística descritiva para os dados quantitativos e análise de conteúdo para os dados qualitativos. Participaram do estudo 295 estudantes de enfermagem e 212 enfermeiros, com predominância do sexo feminino e etnia branca, principalmente da região Sudeste do Brasil, especialmente São Paulo e Minas Gerais. Uma alta adesão à prática religiosa foi observada, com uma representação significativa de católicos e evangélicos protestantes. Os resultados indicaram que a maioria dos estudantes (68,5%) e enfermeiros (59,9%) não costuma iniciar orações com pacientes ou familiares, embora muitos enfermeiros atendam aos pedidos de oração de pacientes (66,5%) e familiares (56,1%). A recusa em orar foi rara, especialmente entre os enfermeiros. A análise qualitativa dos dados permitiu a construção de três categorias que apresentam fatores que influenciaram a aceitação dos pedidos de oração: a vulnerabilidade do paciente, os laços de cuidado e fé, e a espiritualidade como parte integrante do cuidado. A recusa foi justificada principalmente pela falta de crença em um ser superior entre os estudantes de enfermagem e por questões éticas e científicas entre os enfermeiros. A maioria dos estudantes de enfermagem e enfermeiros demonstrou sentir-se confortável em rezar ou orar quando solicitado pelos pacientes ou familiares, com percentuais variando entre 88,1% e 91,5%. Entretanto, uma pequena proporção (entre 4,4% e 5,7%) optaria por recusar o pedido e encaminhar para um líder religioso, enquanto uma parte significativa dos estudantes de enfermagem (49,5%) considera importante conhecer as crenças do paciente antes de realizar qualquer prática religiosa. O estudo identificou que enfermeiros e estudantes de enfermagem geralmente não recusam pedidos de oração, mas enfrentam desafios na prestação de cuidados espirituais, especialmente os estudantes em formação. A falta de clareza sobre espiritualidade e questões relacionadas ao tempo e à sobrecarga de trabalho são desafios encontrados. Estratégias como educação adequada, respeito à diversidade religiosa, fomento ao diálogo aberto, aprimoramento das habilidades de comunicação, adoção de uma abordagem holística na avaliação dos pacientes e promoção da colaboração interdisciplinar emergem como alternativas viáveis para garantir a abordagem integral dessas necessidades. |