Trabalho e sustentabilidade: contribuições da ergonomia da atividade e da psicodinâmica do trabalho.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Brunoro, Claudio Marcelo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3136/tde-19092014-105026/
Resumo: Organizações alinhadas com a sustentabilidade consideram em suas ações aspectos relacionados com as dimensões ambiental, econômica e social e devem ser constituídas de sistemas de produção sustentáveis e, consequentemente, possuir ambientes de trabalho saudáveis. Nesse sentido, se o recurso humano é um dos maiores ativos das organizações, deve-se, então, garantir a sua sustentabilidade. Não é simplesmente uma questão de perenizar esse recurso, mas de criar oportunidades para o desenvolvimento profissional e a construção da sua saúde em um sentido amplo. Isso implica que uma análise do sistema de produção envolva, também, o aspecto social, considerando inclusive o trabalho em si, destacando a importância do trabalho para a vida dos sujeitos, assim como a sua contribuição para a qualidade e para a produtividade, bem como para o próprio desenvolvimento da sociedade e da cultura. Sendo assim, por meio de análise documental e estudos de casos realizados em 10 organizações engajadas em sustentabilidade, esta pesquisa tem o objetivo de estabelecer as contribuições da ergonomia da atividade e da psicodinâmica do trabalho para a consideração do tema Trabalho em um contexto de sustentabilidade corporativa. Para tanto, inicialmente foram identificadas as ações de sustentabilidade relacionadas ao tema Trabalho, tanto no universo teórico quanto no universo corporativo, tais como: a consideração dos direitos humanos e do trabalho decente, inclusive nas práticas da cadeia de suprimentos; o incentivo ao trabalho voluntário; o investimento em desenvolvimento profissional; os programas de saúde e bem-estar e os de saúde e segurança no trabalho. Foram verificados também os elementos comuns da sustentabilidade, sendo eles a consideração: de valores e da ética; da temporalidade; das múltiplas escalas de análise; das várias dimensões; e da interdependência e da integração entre esses elementos. Por fim, um diálogo com a ergonomia da atividade e a psicodinâmica do trabalho explicita a necessidade de se reconhecer e incorporar a centralidade do trabalho, no sentido do trabalhar, considerando o papel fundamental da subjetividade, do conteúdo e da organização do trabalho para, no limite, o trabalho levar à felicidade. Dessa forma, trabalho é acreditado ser aquele que, provido de sentido e permeado pelas relações de confiança e cooperação, melhora o desempenho da organização, promove o desenvolvimento profissional, possibilita a construção da saúde dos trabalhadores em um sentido amplo e positivo, favorece o desenvolvimento da criatividade e a mobilização das inteligências, considerando a relevância das questões físicas, cognitivas e organizacionais e, sobretudo, a sua centralidade para o desenvolvimento da cultura e da sociedade.