Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Diego Sales de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-31102020-153052/
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Resumo: |
Introdução: As miopatias autoimunes sistêmicas (MAS) são um grupo de doenças musculares raras que afetam a musculatura esquelética. Pacientes com MAS apresentam importante fraqueza muscular proximal e progressiva como consequência da doença. Pacientes com MAS cursam com diversas comorbidades, como hipertensão arterial sistêmica, obesidade, diabetes mellitus, dislipidemias e, consequentemente, síndrome metabólica. A resistência à ação da insulina (RI) desempenha um papel central no aparecimento da síndrome metabólica. Diversos fatores contribuem para a causa da RI, sendo que a infiltração de lipídios no músculo esquelético parece ser uma das principais responsáveis em seu desenvolvimento. Assim como os prejuízos metabólicos, a infiltração de lipídios no músculo esquelético contribui para a diminuição da atividade contrátil do músculo esquelético, prejudicando sua funcionalidade. O treinamento físico tem sido uma importante ferramenta na reabilitação da força e função muscular de pacientes com MAS. Contudo, até o presente momento, nenhum estudo avaliou o efeito do treinamento físico na RI, bem como na infiltração de lipídios do músculo esquelético desses pacientes. Objetivos: Avaliar os efeitos do treinamento físico nos parâmetros de RI e no conteúdo lipídico do músculo esquelético de pacientes com MAS. Métodos: Nove pacientes com diagnóstico de MAS (grupo MAS: seis com dermatomiosite (DM), dois com síndrome antissintetase (SAS) e um com polimiosite (PM)) e dez voluntários controles saudáveis (grupo CTRL) pareados por sexo, idade e índice de massa corporal, participaram do presente estudo. De ambos os grupos foram avaliados e comparados os seguintes parâmetros: potência aeróbia (através do teste ergoespirométrico), força e função muscular (através dos testes de uma repetição máxima, teste de sentar e levantar e levantar e caminhar), composição corporal (através da densitometria óssea), RI (através do teste oral de tolerância a glicose (TOTG), modelo de avaliação de homeostase (índice HOMA), e índice Matsuda), biópsia muscular (para posterior análise da tipologia de fibras musculares (ATPases ácida e básica)), avaliação do conteúdo lipídico do músculo esquelético (pela marcação de Oil Red O) e avaliação da expressão gênica (pelo sequenciamento do rna mensageiro (RNA-seq)). Após as análises iniciais, os pacientes do grupo MAS foram submetidos a um programa de treinamento físico, composto por exercícios aeróbios e de força, duas vezes por semana, pelo período de 12 semanas. Após a intervenção, todas as análises iniciais foram refeitas. Resultados: Os pacientes do grupo MAS apresentavam uma remissão clínica da doença de acordo com os dados do IMACS. Os pacientes do grupo MAS apresentaram uma menor potência aeróbia, força e função muscular quando comparado aos indivíduos controles. Também apresentaram uma menor área de secção transversal de fibras do tipo I e fibras do tipo II, quando comparado ao grupo CTRL. Além disso, os pacientes do grupo MAS apresentavam uma maior proporção de fibras do tipo II, e menor proporção de fibras do tipo I comparado ao grupo CTRL. Não foram encontradas diferenças significativas nos parâmetros de RI e de células beta pancreáticas entre o grupo MAS e grupo CTRL. Em relação ao conteúdo lipídico, o grupo MAS apresentava um maior conteúdo de lipídios nas fibras musculares do tipo II quando comparado ao grupo CTRL. Em resposta ao treinamento físico, o grupo MAS apresentou uma melhora significativa na potência aeróbia, força e função muscular, composição corporal, assim como nos parâmetros de RI e função de células beta pancreáticas. Após o treinamento físico, houve um aumento significativo na área de secção transversal e na proporção de fibras musculares do tipo I. Após o treinamento físico, houve uma diminuição significativa ao conteúdo lipídico das fibras musculares do tipo I e do tipo II. Por fim houve um aumento na expressão de genes relacionados a via insulínica, oxidação lipídica, autofagia e capacidade antioxidante, enquanto genes relacionados a via da ubiquitina proteassoma diminuíram com o treinamento. Conclusões: O treinamento físico foi uma ferramenta eficaz em melhorar a sensibilidade à ação da insulina e a função de células beta pancreáticas nos pacientes com MAS. Além disso, o treinamento físico levou a um aumento no tamanho e na proporção de fibras do tipo I, além de diminuir o conteúdo lipídico intramuscular dos pacientes com MAS. Por fim, o treinamento mudulou positivamente a expressão de genes da via insulínica, oxidação de lipídios, autofagia e capacidade antioxidante, além de diminuir genes relacionados a via da ubiquitina proassoma. Dessa forma, o treinamento físico parece ser eficaz em contribuir para diminuição do risco cardiometabólico, além de melhorar a qualidade e funcionalidade muscular desses pacientes |