A travessia atlântica de árvores sagradas: estudos de paisagem e arqueologia em área de remanescente de quilombo em Vila Bela/MT

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Carvalho, Patricia Marinho de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-28082012-141548/
Resumo: A pesquisa empírica desta dissertação foi realizada junto à comunidade do Boqueirão, em Vila Bela da Santíssima Trindade/MT, no contexto sistêmico e arqueológico, entre 2008 e 2011. Através dela, procuramos interpretar processos culturais nessa área remanescente de quilombo, relacionados a elementos da paisagem, em especial as árvores. De um lado, consideramos a importância que as plantas ocupam nos cultos afro-brasileiros, e, de outro, o potencial mnemônico e distintivo das árvores, capazes de despertar recordações nesse grupo de afrodescendentes e sua memória. Os dados coletados no contexto sistêmico foram aplicados na interpretação do sítio arqueológico, com a intenção de ampliar a variação diacrônica da análise. Paralelamente ao levantamento no Boqueirão, realizamos pesquisa de campo em cinco terreiros de cultos afro-brasileiros, quatro em na região metropolitana de São Paulo e um na zona rural de Cuiabá. Chegamos a parte do passado familiar de membros dessa comunidade, e também de um passado ancestral, pois alguns dos dados obtidos estão relacionados até mesmo a suas origens africanas. Esta dissertação também tem como objetivo contribuir para o incremento dos estudos africanos e afro-brasileiros no campo da arqueologia. Concluímos que existem árvores cujo significado simbólico tem correspondência com o modo de pensamento da comunidade, tanto dos terreiros estudados, como aponta a literatura sobre a religiosidade afro-brasileira, quanto no quilombo do Boqueirão. Concluímos também que os estudos antropológicos e sociológicos sobre o Negro no Brasil deveriam ser mais considerados pela arqueologia e, sobretudo pela arqueologia da diáspora africana, uma das ramificações dessa disciplina em que se pautaram nossos estudos.