Avaliação da contaminação por mercúrio em peixes do Alto Pantanal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Kuno, Rubia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-23102006-104809/
Resumo: Para avaliar a contaminação por mercúrio em peixes do Alto Pantanal, foram analisadas 74 amostras de peixes piscívoros das espécies Pseudoplatystoma fasciatum(cachara), Pirinanpus pirinanpu (barbado), Serrasalmus spp. (piranha), Pseudoplatystoma coruscans (pintado), Salminus maxillosus (dourado), Hemisorubin plathyrhynchos (jurupoca) e Surubin lima (jurupensém). Também foram analisadas amostras de sedimento e de material particulado em suspensão na água. As amostras foram coletadas no ano de 2000. As determinações de mercúrio total foram feitas por espectrometria de absorção atômica sem chama utilizando-se gerador de vapor frio VGA 77 da Varian® acoplado a um espectrômetro Varian® 220. As concentrações de mercúrio total nas amostras de peixe variaram de 0,02 ug/g (piranha) a 0,80 ug/g (cachara). As concentrações de mercúrio em piranhas variaram de 0,02 ug/g a 0,50 ug/g, com média de 0,16 ug/g +/- 0,12. A área CBA 2 (baías do rio Cuiabá, região próxima de Barão de Melgaço) foi a que teve as concentrações mais elevadas em relação às áreas BNG 1 (rio Bento Gomes, Poconé) (p=0,003), PAG 3 (rio Paraguai, Taiamã e Descalvado) (p=0,002) e PAG 5 (rio Paraguai, confluência com rio Cuiabá) (p<0,001), mas não houve diferença entre CBA 2 e PAG 4 (rio Canafisto, baía do Alegre e rio Alegre) . O teste de Spearman apontou correlação entre mercúrio em piranhas e mercúrio em material particulado em suspensão (r=0,561, p<0,001), e entre mercúrio em piranhas e mercúrio em sedimento da camada 0-2 cm; e não indicou correlações entre mercúrio em piranhas e mercúrio em sedimento da camada 0-10 cm, mercúrio em sedimento 0-10 cm e mercúrio em material particulado em suspensão, e mercúrio em sedimento 0-10 cm e concentração de matéria orgânica. As concentrações de mercúrio em peixes ficaram abaixo do limite máximo tolerável de mercúrio em peixes predadores, de 1 ug/g, estabelecido no Brasil. Em regiões não contaminadas, peixes de água doce apresentam teores de Hg de até 0,2 ug/g, 33% das amostras ficaram acima desse valor. Segundo a legislação brasileira, o pescado analisado não está impróprio para consumo humano, mas evidenciou-se um processo de contaminação que deve ser melhor estudado quanto aos fatores ambientais determinantes. É importante o monitoramento da região, já que estudos indicam que níveis abaixo de 1 ug/g já podem causar alterações importantes na saúde, dependendo da quantidade de pescado consumido.