Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Lopes, Lealis Vaz Meleiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-12042021-161547/
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Resumo: |
Este trabalho tem como objetivo principal compreender a produção de comportamentos generificados na família mediada pelo consumo. Os pressupostos de análise baseiam-se na demanda por uma maior pluralidade epistemológica na teoria da cultura de consumo (CCT), que se utilizem da filosofia política para entender a experiência cotidiana, considerando também a operação de forças culturais, políticas e sociológicas no consumo. À essa chave interpretativa soma-se o marketing pós-moderno, que tem como uma de suas principais marcas a crítica das construções metanarrativas do consumidor, e o feminismo pós-estruturalista. Mobilizo, sobretudo, temas provenientes da filosofia pós-moderna de Foucault, tais como a concepção de poder produtivo, práticas de resistência, subjetividade corporificada e saber-poder, entre outras, e a partir desses conceitos propõe-se novos olhares para o consumo familiar. Tomamos o desafio de contribuir com a CCT em desnudar este campo de relações familiares, especialmente sobre as configurações de consumo que inteferem na performatividade de gênero das crianças. A análise dos dados aponta que o consumo contribui para a produção de masculinidades e feminilidades binárias, utilizando-se do olhar disciplinar sobre o comportamento infantil, que por vezes se pauta em um saber-poder religioso. O consumo, então produz subjetividades corporificadas generificadas. Para a restrição de alguns produtos, há um discurso que recai sobre os meninos relativo a masculinidade numa ética iluminista racional, enquanto as meninas são submetidas a dispositivos de segurança. Além disso, a heteronormatividade foi um elemento importante de justificativa de compra generificada. O estudo denota a importância de se repensar os modelos binários das relações sociais que foram estruturadas pela ideia de sexo biológico, pois os produtos que os pais disponibilizam para seus filhos são artefatos mediadores de possibilidades de experimentação do mundo e se relacionam com lugares sociais de sujeito. Os dados foram levantados por meio de conversas culturais realizadas com mães e pais brasileiros, e a análise do discurso foi feita sob a ótica foucaultiana. |