Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Risso, Carla de Araujo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-22052012-162526/
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Resumo: |
Na sociedade de massas, os processos de comunicação dos grupos estão, de modo imediato, sob a influência dos meios de comunicação de massa ou intermediados por líderes de opinião. Partindo de questões como a opinião pública, a identidade cultural e a contextualização histórica e social, esta pesquisa focou-se nos processos de censura ao teatro profissional presentes no Arquivo Miroel Silveira, bem como sobre as páginas dos principais veículos de mídia impressa da cidade de São Paulo. O universo de amostra contemplou peças que contêm abaixo-assinados, telegramas, cartas e manifestos populares em seus processos de censura: Perdoa-me Por Me Traíres, de Nelson Rodrigues (1957), censurada em nome da defesa da moral e dos bons costumes; A Semente, de Gianfrancesco Guarnieri (1961), com encenação restrita a um só teatro por abordar questões ideológicas; e Roda Viva, de Chico Buarque (1968), que depois de dois atentados a depredação do Teatro Ruth Escobar em São Paulo e a agressão ao elenco em Porto Alegre foi censurada pelo Governo Federal. Quanto ao estudo da imprensa, todos os jornais pesquisados mantêm relação cronológica com as peças selecionadas. Paralelamente, efetuou-se uma investigação em Portugal com o objetivo de delinear as relações de poder que estruturam a prática censória nos países de língua portuguesa. A peça escolhida para estudo além-mar foi A Promessa, de Bernardo Santareno (1957), obra que ocasionou protestos durante sua encenação na cidade do Porto. Com essa outra perspectiva, pretendeu-se compreender e caracterizar a cultura, a moral e os valores da época para além das barreiras espaciais, fixando-se no território da estrutura simbólica da língua. Apesar das diferenças em relação à liberdade de imprensa nos dois países no período estudado, verificou-se que a metodologia da censura teatral e as manifestações públicas se davam de forma muito semelhante. Tanto no Brasil como em Portugal, o envolvimento da imprensa nos casos em que ocorreram manifestações públicas pró ou contra a censura teatral seja na divulgação das peças, na divulgação dos autores, ou até mesmo na fomentação de opiniões não foi o único fator a desencadear os eventos. Os casos estudados permitem a conclusão de que a trama do tecido social é permeada por diversos discursos circulantes capazes de influenciar a tomada de atitudes no âmbito de microcosmos sociopolíticos. A partir dessa influência, os pequenos grupos, dispostos a expor as suas opiniões publicamente, adquirem o poder de alterar as deliberações da censura teatral, tanto no sentido de proibição como no sentido de liberação. Na totalidade da amostragem verificou-se que, de alguma forma, a encenação da obra teatral foi prejudicada frente à rejeição de uma parcela, mesmo que minúscula, da população. E é possível concluir que a opinião pública é capaz de alterar as deliberações da censura, tanto no sentido de proibição como no sentido de liberação, ou seja, a Censura não é impermeável à sociedade na qual se estabelece. |