A circulação através da navegação de cabotagem no Brasil: um sistema de fluxos e fixos aquaviários voltados para a fluidez territorial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Fonseca, Rafael Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-28032013-092127/
Resumo: Esta dissertação tem o propósito de analisar a dinâmica da circulação no Brasil através da navegação de cabotagem de carga. Cabotagem é definida como aquela navegação realizada entre portos brasileiros, utilizando exclusivamente a via marítima ou a via marítima e as interiores, ou seja, é todo transporte aquaviário nacional que se realiza totalmente ou parcialmente pela via marítima costeira. No atual período histórico, a convergência da técnica, da ciência, da informação, e do processo de mundialização do capital criam maiores possibilidades para a especialização dos lugares, não havendo mais a necessidade de se produzir todo o tipo de demandas por mercadorias, estabelecendo-se uma intensa divisão territorial do trabalho onde a circulação emerge como elemento intrínseco aos processos produtivos, pois é somente através da movimentação das mercadorias que os ciclos produtivos se efetivam. Esse processo vem contribuindo para uma intensificação dos fluxos materiais e imateriais que ocorrem em espaços cada vez mais amplos do mercado internacional, aumentando dessa forma a tendência ao espraiamento geográfico das atividades econômicoprodutivas. No Brasil esses aspectos ganham ênfase, sobretudo a partir da década de 1990, quando na maior parte do mundo ocorreram alterações econômicas, políticas e sociais que impuseram aos países, e ao Brasil, um novo padrão de organização do território pautado, dentre outros fatores, na busca de uma maior racionalidade e fluidez territorial devido à intensificação dos fluxos e a inserção cada vez mais vigorosa do país no mercado mundializado. Assim, em um país de dimensão continental que apresenta mais de sete mil quilômetros de costa, com uma faixa litorânea onde se localizam a maioria das principais cidades e centros consumidores, a navegação de cabotagem se apresenta como um modal potencial para realização da circulação de mercadorias, sobretudo no contexto da intermodalidade pretendida em um país ainda essencialmente rodoviarista. Os agentes privados, defendendo seus interesses, e, sobretudo o Estado, na sua esfera de ação tem dinamizado recentemente o setor aquaviário. Dessa maneira, nos propomos compreender a atuação do agente estatal sobre o setor dos transportes, especificamente sobre a navegação de cabotagem de carga no Brasil, bem como compreender a atuação dos principais armadores nacionais, que se utilizam da navegação de cabotagem para oferecem seus serviços baseados em soluções logísticas que buscam otimizar a circulação material de seus clientes. Desse modo, busca-se perpassar pelos caminhos e conteúdos da cabotagem brasileira, bem como analisar os principais circuitos espaciais da produção que se utilizam dessa modalidade de transporte, com ênfase para os circuitos produtivos: do petróleo, do alumínio (bauxita) e da celulose (madeira).