Uma análise ecofeminista da representação da relação homemanimal na tradução de The Chronicles of Narnia: The Silver Chair de C. S. Lewis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Moreno, Natasha Guerrero
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8165/tde-05092023-103036/
Resumo: Este trabalho pretende analisar, à luz da teoria ecofeminista, a representação da relação entre homem e animal na obra infantil The Chronicles of Narnia: The Silver Chair, escrita por C. S. Lewis em 1953, e na tradução para o português brasileiro feita em 1982 por Paulo Mendes Campos. O ecofeminismo observa a relação entre gênero e meio ambiente e as formas como essa relação é representada na literatura; assim, é dessa perspectiva que a tradução A Cadeira de Prata será analisada. A comparação entre os textos é relevante tanto para o pensamento ecofeminista quanto para a crítica da literatura infantil e os estudos da sua tradução, pois tal análise evidencia as diferenças de representação da relação homem-animal. O léxico escolhido no texto traduzido minimiza comportamentos ecologicamente cooperativos dos personagens masculinos com os animais, a natureza e as personagens femininas, favorecendo interações mais dominantes e androcêntricas. Os sentidos de afeto, cuidado, sensibilidade e empatia com os animais – propostos pelo léxico original – sofrem modificação na tradução da obra infantil, com o apagamento desses atributos masculinos. Isso é reflexo e consequência da masculinidade hegemônica nutrida no patriarcado capitalista ocidental, cuja dinâmica de dominação-exploração oprime certos homens, mulheres, crianças, a natureza e os animais. Os efeitos da representação muitas vezes apagada dessas figuras subvalorizadas e marginalizadas como o Outro na macroestrutura dos sistemas literários influenciam a recepção das crianças como leitoras e sujeitos sociais em desenvolvimento. Pela observação e interpretação das situações e personagens representadas, elas podem refletir sobre seu lugar no meio sociopolítico, o que pode reverberar no modo como pensam sobre si mesmas e suas relações com o mundo, o que, por sua vez, pode contribuir para uma consciência sociopolítica e ecológica em uma comunidade menos violenta.