A promoção da saúde na organização das ações de enfermagem em saúde da criança no município de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Avila, Livia Keismanas de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7136/tde-14052009-111733/
Resumo: Um dos desafios da Enfermagem em Saúde Coletiva, na realidade de atuação da atenção primária, é incorporar o conceito de geração como categoria para identificação de necessidades e organização das práticas em saúde, sobretudo as relacionadas a assistência da criança na perspectiva da integralidade e maior resolubilidade. A incorporação da Promoção da Saúde, no planejamento das práticas na atenção primária, pode contribuir para a melhoria das mesmas, na medida em que amplia o objeto da doença para as necessidades de saúde dos grupos, contribuindo na superação da ênfase curativista. Assim, torna-se necessário reconhecer as práticas e concepções dos enfermeiros inseridos na atenção primária à saúde sobre a Promoção da Saúde. Este estudo analisou a abordagem das intervenções preconizadas em documentos oficiais, por meio das principais ações e atividades normatizadas e identificou as ações em saúde da criança a partir da percepção dos profissionais enfermeiros dos programas assistenciais. Foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa fundamentada no materialismo histórico-dialético a partir da análise documental das proposições em saúde da criança do município de São Paulo e entrevistas semiestruturadas com enfermeiros da Supervisão Técnica de Saúde do Butantã. A análise documental incidiu sobre três documentos, nos quais foi realizado um levantamento sobre os principais focos de ação a que se destina e analisados a partir do esquema referencial de Labonte (1996). As entrevistas semiestruturadas foram realizadas com onze enfermeiros, lotados em unidades básicas de saúde tradicionais, unidades de saúde da família e em unidade básica de saúde mista; sistematizadas a partir da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) e analisadas por meio do referencial da hermenêutica-dialética. Os resultados da análise documental indicam uma importância maior da dimensão física sobre outras dimensões e interfaces da Promoção da Saúde. A análise das entrevistas indica que o conceito de Promoção da Saúde é traduzido por ações preventivas direcionadas aos agravos específicos, aos grupos de risco e à transformação de estilos de vida. Esta indefinição acarreta outras dificuldades para avaliação e superação de problemas, restringindo o alcance da promoção da saúde na prática destes profissionais. As práticas relatadas são estruturadas a partir dos programas assistenciais preconizados pelo Estado, destacando-se as atividades de vigilância epidemiológica como eixo indissociável. No entanto, a estruturação de ações direcionadas ao conceito ampliado de Promoção da Saúde, deveria contemplar ações intersetoriais e ações voltadas para o comportamento individual, bem como para o fortalecimento do indivíduo como ator social. Conclui-se que a organização das ações em saúde da criança na atenção primária se aproxima da concepção do modelo tradicional-funcionalista de Caplan (1993), na qual a origem dos problemas de saúde são hábitos e estilos de vida incorretos. Porém, ao incorporarmos a categoria geração no planejamento das práticas de enfermagem, a assistência à saúde da criança poderia ter seu eixo modificado para a perspectiva promocional e preventiva, sem excluir a atenção individual e curativa, de modo que a criança seja vista inserida em um ambiente familiar e comunitário