A escrita em inglês na pós-graduação: dificuldades, convergências e divergências nas percepções de discentes e docentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lunn, Marina Santhiago Dantas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-20082018-164814/
Resumo: A crescente internacionalização do ensino superior (MOROSINI, 2006) tem feito com que tanto instituições financiadoras quanto universidades pressionem pesquisadores a publicarem internacionalmente (MUELLER, 2000). Visando a aumentar a visibilidade da pesquisa local dentro do cenário acadêmico internacional (FLOWERDEW, 1999), a publicação em periódicos com alto fator de impacto geralmente ocorre em inglês, a língua franca das ciências (HÜLMBAUER et al., 2008). Entretanto, publicar em inglês, que desafia pesquisadores não nativos de inglês em geral (OLIVEIRA, ZUCOLOTTO E ALUÍSIO, 2006), é ainda mais desafiador para neófitos com pouco domínio daquela língua. Apesar de bastante estudadas no exterior, tanto do ponto de vista discente (LEKI E CARSON, 1994; CABRAL E TAVARES, 2005; LAVELLE E BUSHROW, 2007; ENE, 2014) quanto do docente (ENGLISH, 1999; PEDRA E NOCITO, 2012; CARRIÓ-PASTOR E MESTRE-MESTRE, 2014; DAVOUDI, NAFCHI E MALLAHI, 2015) ou de ambos (CASANAVE e HUBBARD, 1992; BITCHE-NER E BASTURKMEN, 2006; DONOHUE E ERLING, 2012), no Brasil, nunca foi feito um estudo que reunisse as principais dificuldades de pós-graduandos com a escrita acadêmica em inglês. Com o intuito de contribuir para o melhor conhecimento da complexidade do esforço de inserção de pesquisadores iniciantes na comunidade acadêmica global via publicação internacional, esta pesquisa de mestrado objetivou conhecer as dificuldades de pós-graduandos de uma universidade pública brasileira com a escrita acadêmica em inglês tanto na percepção discente quanto na docente e averiguar se haveria convergências ou divergências naquelas percepções. Dois questionários foram confeccionados e aplicados eletronicamente, angariando 385 participações (303 pós-graduandos e 82 professores). As análises quantitativa e qualitativa dos dados mostraram convergência nas percepções das duas maiores dificuldades de pós-graduandos (escrever um texto que soe natural em inglês e usar preposições adequadamente). Os dados não só revelaram uma crença predominantemente alinhada com uma visão tradicionalista do ensino da escrita em inglês (FERREIRA, 2007), mas também indicaram que as percepções de pós-graduandos sobre suas próprias deficiências com a escrita em inglês não eram claras. O conhecimento das dificuldades específicas de pós-graduandos com o inglês acadêmico escrito possibilitará o alinhamento das percepções de discentes e docentes, contribuindo assim para melhor orientar futuras iniciativas pedagógicas e institucionais que beneficiem tanto pós-graduandos quanto professores.