Os paradigmas neoliberal e ambiental na construção da cidade contemporânea: tramas e tendências do discurso hegemônico da sustentabilidade na Europa e no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Ribeiro, Fernando Pinto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16139/tde-30072014-161657/
Resumo: A cidade contemporânea é interpretada neste trabalho segundo a confluência de dois paradigmas implícitos ao processo de globalização. A legibilidade do fenômeno urbano aponta, dessa forma, para o espectro ideológico do neoliberalismo e para a emergência da questão ambiental como eixos estruturantes que permeiam a construção da cidade em suas múltiplas escalas e espaços. Antes vistos como separados, na égide da globalização o paradigma ambiental passa a se articular às forças de mercado e, na cidade, funda um discurso hegemônico que influirá diretamente no território sob diferentes modos de ação, mas predominantemente sob as estratégias do mercado e do Estado empreendedorista. Neste sentido, o trabalho analisa a natureza destes paradigmas em seu contexto histórico, seus significados para a formação de um discurso fundador de uma ideologia da \"sustentabilidade\", e suas implicações na Europa e no Brasil, com especial atenção ao contexto francês e ao aglomerado urbano de Florianópolis, respectivamente. Na Europa, o discurso funda um novo modelo urbano, \"a Cidade Sustentável\", enquanto padrão que centraliza as recentes políticas urbanas pelo continente e engendra alguns eixos de intervenção, tendo como principal o écoquartier ou bairro sustentável. Espalhados pelo território, imprimem o jogo do capital imobiliário, em que privatização e financeirização do espaço abrem caminho para o desperdício de terras. Da mesma forma no Brasil, grandes projetos imobiliários apropriam-se do teor discursivo da sustentabilidade e, neste processo, mantém um padrão de urbanização que caracteriza a cidadeneoliberal, estruturalmente insustentável e formalizadora de um discurso simbólico que não induz à mecanismos de verdadeira transformação urbana. Ao buscar apontar ao máximo todas as evidências desta apropriação do discurso ambiental, o trabalho sinaliza um debate a respeito dos antagonismos oriundos deste processo e a perspectivas que o mesmo resguarda para o futuro das cidades.