Estudo de mundo real, observacional, retrospectivo para avaliação da efetividade e segurança do tratamento com sorafenibe em pacientes com carcinoma hepatocelular avançado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Csipak, Angelica Richart
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5173/tde-19062024-161224/
Resumo: INTRODUÇÃO: Em 2020, o câncer hepático representou 4,7% do número de novos casos de câncer, sendo a sexta malignidade mais comum, e terceira principal causa de morte relacionada ao câncer no mundo. O carcinoma hepatocelular é responsável por cerca de 90% dos casos de câncer hepático. Para os casos de diagnóstico em estádio avançado, é indicada a terapia sistêmica. O primeiro agente a demostrar benefício em pacientes com carcinoma hepatocelular avançado foi o sorafenibe, em dados publicados em 2008 a partir de um estudo clínico randomizado que demonstrou a sua eficácia (estudo SHARP). Embora os estudos clínicos randomizados sejam o padrão ouro para avaliar a segurança e eficácia de novos agentes terapêuticos, seus controles restritos podem levar à inclusão de uma população que não seja representativa do perfil de pacientes encontrados na prática clínica. Nesse sentido, os estudos de mundo real são importantes para complementar e expandir as informações obtidas previamente nos estudos clínicos randomizados. Diante disso, o objetivo deste estudo é avaliar, no contexto de mundo real, a efetividade do uso de sorafenibe no tratamento de carcinoma hepatocelular avançado, através de análises de sobrevida global e tempo até a progressão radiológica e clínica / sintomática, em pacientes tratados em uma instituição brasileira. MÉTODO: Foi realizada coleta de dados retrospectivos dos prontuários de pacientes tratados com sorafenibe entre 2009 e 2020. As curvas de sobrevida foram estimadas pelo método de Kaplan Meier e comparadas usando o teste de log-rank. O método de regressão de Cox foi utilizado para a estimativa do hazard ratio e intervalos de confiança de 95%, para avaliar interação entre potenciais fatores prognósticos e sobrevida. RESULTADOS: O estudo incluiu os dados de 368 pacientes. A sobrevida global observada neste estudo (9,6 meses) foi menor do que a encontrada no estudo SHARP (10,7 meses), porém essa diferença não foi considerada significante. O tempo até a progressão radiológica (5,3 meses) no contexto de mundo real foi semelhante ao observado no estudo randomizado SHARP (5,5 meses). O tempo até a progressão sintomática / clínica (2,3 meses) foi significativamente inferior ao encontrado no estudo SHARP (4,1 meses), porém essa análise apresenta limitações em um delineamento de estudo retrospectivo. O tipo de progressão, escala de performance ECOG, estágio BCLC, classificação Child-Pugh e etiologia da doença demonstraram influenciar a sobrevida global dos pacientes. Com relação à segurança, 27,4% da população avaliada não apresentou boa tolerabilidade ao tratamento com sorafenibe e 24,5% da população total necessitou que o tratamento fosse interrompido devido a toxicidade. CONCLUSÃO: Os resultados indicam que o tratamento com sorafenibe foi efetivo na população avaliada. As variáveis sobrevida global e tempo até a progressão radiológica não apresentaram diferença significativa com relação aos resultados do estudo SHARP, demonstrando um alinhamento entre os resultados de mundo real e de um estudo clínico randomizado. O tempo até a progressão sintomática / clínica apresentou diferença significante com relação ao estudo SHARP, mas essa análise foi realizada com algumas limitações por se tratar de um estudo retrospectivo