Zé Celso versus Silvio Santos: a teatralização da disputa pelo espaço urbano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Affonso, Isadora Vidal Pinotti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-04082020-080621/
Resumo: Fundado no final da década de 50, o grupo Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona desenvolveu um extenso trabalho de pesquisa e experimentação do trabalho do ator, das possibilidades dramatúrgicas e da criação cênica, firmando seu lugar na história da encenação Brasileira com uma linguagem característica e poética de criação própria. Durante esta trajetória, o espaço ocupado pelo grupo, seu edifício teatral, foi cultivado como um território de relações intensas, criações dramatúrgicas e simbologia sagrada: o palco do Teatro Oficina se criou em simbiose com o grupo teatral e com todas as outras linguagens criativas que nasceram ali. Atualmente, o edifício sede do grupo representa um marco na arquitetura teatral mundial. Este edifício, mais especificamente o terreno vazio no entorno do prédio, também vem sendo palco de uma disputa espacial na qual, de um lado, o Teatro Oficina, deseja o espaço para a execução de um projeto maior de ocupação do espaço urbano voltado para as artes e uso comum, e do outro, uma grande incorporadora comandada pelo Grupo Silvio Santos, proprietário do terreno, mantém o espaço como uma ferramenta de especulação imobiliária ao longo dos anos. Existe ainda nesta disputa um caráter de teatralização das relações imobiliárias e das políticas urbanas que interessa bastante a este estudo. Esta pesquisa propõe-se a analisar esta disputa territorial e estes movimentos de ocupação espacial germinados no Oficina e a relação com o bairro e com a cidade. Observar este novo gênero que se cria que é teatro, é dramaturgia, mas também é política urbana, também é economia imobiliária, e também é arquitetura, possibilita um novo ângulo de visão e uma nova chave de compreensão da cidade e das relações político-urbanas acompanhadas da produção artístico-teatral.