Estimativa do viés de substituição na inflação ao consumidor e seu impacto na previdência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Rojas, Andres Francisco Medeyros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12138/tde-05062008-122426/
Resumo: O objetivo deste estudo é estimar o viés de substituição de produtos no cálculo da inflação ao consumidor, ou seja, estimar a inflação levando em conta a possibilidade da troca de bens dentro de uma cesta de produtos em resposta à mudança de preços relativos. Isso ocorre porque a fórmula utilizada atualmente pelo IBGE, tanto para o INPC quanto para o IPCA, para medir a inflação ao consumidor é a de Laspeyres modificado base móvel (índice do Bureau), que considera a mesma cesta de bens e serviços ao longo do tempo. Este índice tende a superestimar o aumento do custo de vida justamente por não considerar as trocas. Seguindo trabalhos anteriores, a estimação do viés se deu comparando um índice Laspeyres para um subconjunto do IPCA com a inflação mensurada pelo índice de Theil-Tornqvist para o mesmo subconjunto de produtos. Este índice se aproxima de um índice de custo de vida, logo, que considera a substituição de bens. No entanto, ele necessita atualizações freqüentes das cestas de bens e serviços ou das estruturas de ponderação. Como não existem no Brasil pesquisas de consumo das famílias que forneça estruturas de ponderações periódicas, estas tiveram que ser estimadas. Para tanto, foram utilizadas previsões de um modelo de sistema de demanda AIDS baseado nos microdados da POF 95-96. O viés de substituição estimado foi de 3,33 p.p. de agosto de 1999 a junho de 2006, o que equivale a dizer que a inflação ao consumidor foi superestimada em 0,31 p.p. ao ano. Pela impossibilidade de trabalhar com o nível mais desagregado do IPCA (o subitem), certamente, o viés calculado é subestimado. Caso o viés estimado fosse descontado dos reajustes dados às aposentadorias, pensões e demais auxílios concedidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, o governo poderia ter poupado de 2000 a junho de 2006, aproximadamente, R$ 8 bilhões.