O idoso de bem com a velhice: um estudo envolvendo idosos que relatam o envelhecimento como satisfatório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Soares, Esny Cerene
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-06092017-101953/
Resumo: O Brasil está rapidamente deixando de ser um país jovem. E com o novo desenho da pirâmide etária no nosso país, o tema do envelhecimento tem ocupado cada vez mais espaço nas discussões governamentais e da sociedade civil organizada. As representações sociais do idoso ainda o apresentam como alguém que pouco tem a contribuir com a sociedade. Uma parte dos idosos se apropria deste estigma; outra parte, no entanto, entende que o envelhecimento pode ser satisfatório e encarado de forma positiva. O objetivo do trabalho foi investigar as características de idosos que relatam o envelhecimento como satisfatório. A teoria de desenvolvimento psicossocial de Erik Erikson e suas descobertas sobre o envelhecimento foi a base para as discussões teóricas. A pesquisa foi entabulada sob a perspectiva da Psicologia Positiva. A amostra foi constituída de 186 idosos, com 70 anos ou mais. Foram utilizados os seguintes instrumentos: a) Questionário de Qualificação Sociodemográfica; b) Escalas de Qualidade de Vida (WHOQOL-OLD e BREF), c) Escala de Satisfação de Vida; e, d) Escala de Religiosidade da Universidade DUKE DUREL. A partir da resposta de duas questões abertas constantes do Questionário de Qualificação Sociodemográfica, os participantes foram segmentados em IBV - Idosos de Bem com a Velhice e ICV Idosos em Conflito com a Velhice. Para a segmentação da amostra foram utilizados quatro juízes que opinaram sobre as respostas apresentadas pelos participantes e contribuíram na classificação dos participantes do grupo do IBV e do ICV. Foi utilizado o Coeficiente Kappa para se determinar a confiabilidade entre os avaliadores. Segmentada a amostra, as médias dos dois grupos foram comparadas aplicando-se o teste t-student. Os IBV apresentaram médias estatisticamente significantes ao nível de 5% nas médias de Satisfação de Vida, Qualidade de Vida (escores totais), na faceta Morte e Morrer do WHOQOL-OLD e no Domínio Relações Sociais do WHOQOL-BREF. Das dez áreas investigadas pelo WHOQOL (seis facetas do WHOQOL-OLD e quatro Domínios do WHOQOL-BREF), em apenas uma os ICV apresentaram média superior aos IBV, mas sem significância estatística. Quanto à Religiosidade, os IBV apresentaram média superior apenas na Religiosidade Organizacional. Os IBV praticam mais atividades físicas e de lazer, estão mais envolvidos com trabalho remunerado. Não se constatou diferença quanto à escolaridade, a renda e a classificação econômica entre os IBV e os ICV. Por fim, o IBV foi descrito como aquele que é satisfeito com a vida, apresenta maiores médias de Qualidade de Vida, maneja bem questões ligadas às atividades passadas, presentes e futuras (demonstrando o que Erikson denominava de Integridade), participa ativamente da sociedade, mantém bom nível de relações sociais significativas e apresenta-se preservado no que diz respeito aos aspectos físicos e psicológicos