Esperar Esperança: cidade em disputa, movimentos e indistinções

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Nogueira, Laura Adami
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-07122023-104721/
Resumo: A partir da necessidade de compreender as relações entre as práticas de produção da cidade contemporânea pautadas na racionalidade neoliberal (DARDOT; LAVAL, 2016), na reconfiguração dos territórios populares e no protagonismo das populações que neles habitam, este trabalho explora a compreensão da conformação dos sujeitos políticos em luta no quadro dos processos de reconfiguração região metropolitana paulista, tendo em vista a potência política das dimensões dissensuais colocadas em torno da apropriação e despossessão dos espaços de vida urbana, suas sociabilidades, desigualdades e precariedades, privilegiando trajetórias e narrativas que permitam estabelecer relações entre condições de vida, ação social e território. Pretende, por meio do movimento de social de luta por moradia na Ocupação Promessa (nome fictício), apreender de modo crítico a produção do espaço urbano contemporâneo, recolocando novas gramáticas de segregação, assim como embates e resistências, articuladas a mecanismos de subjetivação política. A partir das histórias apreendidas em incursões etnográficas, observa os modos pelos quais os destinos sociais e individuais (CABANES, 2006) se entrelaçaram, quais são seus pontos de inflexão; momentos e processos de fixação, expulsão territorial e remoção marcaram essas trajetórias e obstáculos, bem como quais horizontes de emancipação e dissenso se desenharam, ou mesmo se se desenharam, no âmbito das lutas sociais na produção e reprodução do urbano (DARDOT; LAVAL, 2016). Coloca-se ainda a necessidade de identificar trajetórias e processos de formação e transformação dos movimentos de lutas e organizações sociais que, ainda que reconfiguradas, fazem parte de um grupo de referências que norteiam os atuais atores populares e que auxiliam na construção desse sujeito político. Portanto, o trabalho buscou analisar e qualificar os mecanismos de subjetivação política dos movimentos de lutas populares; além de compreender as influências diretas e indiretas das políticas públicas na prática política das lutas sociais por moradia, bem como na produção do espaço urbano em disputa, discutindo os processos de luta pela constituição de direitos na cidade. Para isso, dividiu-se metodologicamente em duas partes principais: a primeira trançando as linhas de força que estruturam as práticas relacionadas ao contexto até então discutido, e a segunda realizando incursões etnográficas para fundamentação dos estudos estabelecidos na etapa anterior a partir de análises das trajetórias de vida e percursos biográficos, compreendendo que essas incursões podem apresentar-se como o fio condutor de um emaranhado socioespacial tecido cotidianamente nas cidades, fornecendo pistas importantes dos modos como espaços, trajetórias, narrativas e experiências se constituem mutua e dinamicamente. (ROSA, 2014).