Análise do perfil de metabólitos em Glycine max (L.) Merr submetida a diferentes ní­veis de radiação ultravioleta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Pâmela Tavares da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-13122018-144527/
Resumo: Fabaceae é a terceira maior família botânica, apresentando grande importância ecológica, ornamental e econômica. Por sua grande diversidade de espécies está dividida em seis sub-famílias Caesalpinioideae, Cercidoideae, Detarioideae, Dialioideae, Duparquetioideae e Papilionoideae. Papilionoideae é considerada um grupo monofilético e nesta está inserida Glycine max (L.) Merr., espécie de importância econômica alimentícia (grãos, farelo, óleo) e medicinal. A soja tem seu centro de origem na China, sendo que a soja moderna foi modificada por cruzamentos entre duas espécies selvagens, por cientistas ainda na antiga China. É considerada um alimento completo, pois contém proteínas, gorduras, óleos, aminoácidos essenciais e metabólitos secundários, tais como isoflavonas e outras substâncias fenólicas, importantes antioxidantes naturais. A liberação do plantio da soja se deu com a Lei 11.105 de 24 de março de 2005, levando a um aumento exponencial de sua produção no país. Seu consumo ocorre em todo o mundo, e sua produção aumenta a cada ano, pois também vem sendo utilizada como fonte para a produção de biocombustível. Atualmente, sabemos que a poluição atmosférica e outras atividades humanas contribuem para o aumento de poluentes na atmosfera e consequente impacto na camada de ozônio. A radiação ultravioleta é dividida em três: ultravioleta A (315 a 400 nm), ultravioleta B (280 a 315 nm) e ultravioleta C (200 e 280 nm). Por conta disso, estudos que visam avaliar como a radiação ultravioleta pode interferir no metabolismo vegetal podem contribuir para o conhecimento mais aprofundado sobre como espécies cultivadas são afetadas por esse fator de estresse. Os metabólitos especiais são importantes estratégias químicas usadas pelas plantas na sua defesa contra fatores de estresse biótico ou abiótico. Em particular, as substâncias fenólicas como os flavonoides e isoflavonas são importantes metabólitos envolvidos nos mecanismos de defesa vegetal associados à fotoproteção. Este projeto teve por objetivo contribuir com conhecimentos quanto aos efeitos da radiação ultravioleta sobre a produção de metabólitos fenólicos durante o desenvolvimento vegetativo de dois cultivares de soja CD202RR e CD202, quando submetidos a três tratamentos com diferentes incidências de radiação ultravioleta (UV): 1. Ausência de radiação UV (UV-), 2. Alta incidência de radiação UV (UV+) e 3. Incidência natural de radiação UV solar (Controle). A hipótese deste estudo partiu do pressuposto que substâncias fenólicas são reconhecidos metabólitos vegetais com propriedades de absorção de luz nos comprimentos de onda do espectro UV-Visível, sendo assim, aumentariam em conteúdo em resposta a alta intensidade de radiação UV. Foram feitas análises por CLAE-DAD e CLAE-MS das substâncias fenólicas em folhas de G. max em três estádios vegetativos (V3, V4 e V5). As sementes de soja foram germinadas dentro das câmaras e 10 plantas foram coletadas por estádio, em cada câmara e em 3 repetições de experimentos (setembro de 2016 a março 2017). Foi verificado que o tratamento UV+ resultou em menores massas foliares quando comparado ao Controle e UV-. Há também diferença nas alturas das plantas de soja e danos nas folhas produzidos pela maior incidência de radiação UV. Foram identificados 28 constituintes, sendo 13 derivados do ácido cinâmico, 9 derivados dos flavonoides campferol e apigenina e 6 isoflavonas derivadas de genisteína e daidzeína. Quanto aos conteúdos fenólicos, pode-se observar que há um aumento da quantidade de isoflavonas na câmara UV+ em relação ao Controle para ambos os cultivares. Para os derivados cinâmicos e os flavonóis encontrados, observa-se um decréscimo em relação ao Controle para grande parte desses constituintes. Diminuição no conteúdo de flavonóis e aumento de isoflavonas pode ser devido a um possível desvio da via de produção dos flavonoides, uma vez que naringenina é o precursor para a síntese de ambas as classes. Além disso, isoflavonas apresentam espectro de absorção UV-Vis com banda máxima no comprimento de onda entre 260-280 nm, o que pode resultar em maior fotoproteção para plantas expostas a maiores intensidades de radiação UV