Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Andrade, Tadeu Bruno da Costa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8143/tde-08082019-112625/
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Resumo: |
Alguns estudiosos já apontaram fórmulas nos resquícios da obra de Safo e Alceu. O estudo das expressões tradicionais em Homero deu origem, no século XX, às investigações oralistas da épica grega. Ao analisar as conjunções de nome e epíteto nas epopeias homéricas, Milman Parry viu na linguagem épica dicção tradicional e herdada, destinada a facilitar a composição dos cantos. Mais tarde, em contato com outras tradições poéticas, Parry sugeriu que esse caráter tradicional se devia à oralidade da poesia homérica. Seu discípulo Albert Lord e outros estudiosos expandiram suas conclusões, descrevendo o funcionamento das fórmulas e de outras unidades tradicionais, como temas narrativos e tipos de canção. Estudar semelhantes elementos na poesia lésbia é mais difícil, devido a seu estado fragmentário. No entanto, os poucos resquícios mostram consideráveis reiterações de fórmulas, temas e tipos de canto, o que, junto ao caráter herdado e especializado do dialeto, sugere uma dicção oral-tradicional lésbia independente. Ao mesmo tempo, os poetas eólicos partilham as mesmas unidades com outros poetas arcaicos (jônicos ou dóricos), o que aponta para a existência de linguagem poética tradicional pan-helênica, apesar das diferenças genéricas e regionais. Essa semelhança permite que se comparem o emprego de elementos tradicionais ao longo de toda produção arcaica (e mesmo clássica). Por muito tempo, a dicção tradicional da epopeia foi encarada principalmente do ponto de vista da composição, mas sobretudo as investigações de John Miles Foley mostraram que ela também é um recurso de significação, que condicionava a recepção das canções pela audiência (tão fluente nessa linguagem especializada quanto o poeta). Foley nomeia o fenômeno referencialidade tradicional. Também se pode identificar semelhante referencialidade tradicional na poesia lésbia. Quatro fragmentos de Safo (frr. 1, 16, 31 e o Poema dos Irmãos) prestam-se à investigação, por sua extensão. Compostos no mesmo metro (a estrofe sáfica), também permitem observar a relação entre tradição, significação e versificação na canção eólica. Os fragmentos acabam por demonstrar vários paralelos formulares e temáticos, tanto com composições lésbias como com a mélica em geral, a elegia, o iambo e a epopeia. As proximidades sugerem que também a referencialidade tradicional é pan-helênica e, por outro lado, que a abordagem comparativa, sob esse viés teórico, é útil para elucidação da composição e do sentido dos cantos. Também se mostrou que a métrica parece importante elemento de significação tradicional, havendo estreita relação entre as expectativas métricas e a estrutura dos fragmentos. |