Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Zago, Gisele |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-01042019-101708/
|
Resumo: |
Considera-se que viver em grupo aumenta a probabilidade de transmissão de parasitos entre co-específicos, dada a maior proximidade e/ou frequência de interação entre os indivíduos. A transmissão de doenças entre diferentes espécies de hospedeiros, entre indivíduos de uma mesma espécie ou de um mesmo grupo social pode levar populações de animais selvagens ao declínio. Dada a relevância do tema, neste trabalho, buscamos contribuir para o entendimento dos fatores que afetam a ocorrência de parasitoses em primatas selvagens. Investigamos a ocorrência de parasitos intestinais em uma população selvagem de macacos-prego (Sapajus libidinosus), analisando os efeitos de três fatores distintos: proximidade geográfica entre primatas humanos e não humanos; características intrínsecas dos hospedeiros e climáticas do ambiente e, por fim, relações sociais diferenciadas. Encontramos que a sobreposição de área de vida não é suficiente para explicar a co-ocorrência de parasitos intestinais entre as diferentes espécies de hospedeiros na Fazenda Boa Vista (Piauí, Brasil). Ao considerarmos os efeitos dos hospedeiros e do ambiente sobre as parasitoses intestinais de acordo com o modo de transmissão dos parasitos, confirmamos que parasitos com diferentes ciclos de vida e modos de transmissão são afetados diferentemente por características dos hospedeiros e do ambiente: parasitos transmitidos diretamente foram afetados somente por características dos hospedeiros; parasitos transmitidos via hospedeiros intermediários foram afetados somente por características climáticas do ambiente, enquanto parasitos transmitidos via ambiente foram afetados por ambos (hospedeiros e ambiente). Por fim, ao investigarmos os efeitos das interações sociais sobre as parasitoses com base nos modos de transmissão dos parasitos, encontramos que a transmissão de parasitos, mesmo os com modo de transmissão direta, não depende exclusivamente da frequência de associação espacial entre os indivíduos. Os resultados deste trabalho contrariaram as principais premissas do efeito da socialidade sobre a transmissão de parasitos. Assim, é preciso considerar que a chance de aquisição e transmissão de parasitos em espécies sociais é complexa e está sujeita à interação de diversos fatores: individuais, ambientais e dos próprios parasitos, os quais, portanto, devem ser incorporados aos estudos de transmissão de doenças em populações de animais selvagens |