Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Júnior, Angelo Mateus Campos de Araujo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10135/tde-21072021-134034/
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Resumo: |
As inflamações da mucosa gástrica, mais conhecidas como gastrites, são enfermidades que comumente podem acometer equinos, em especial os potros no período de desmame. Por representar a fase mais importante da criação de cavalos, o cuidado e manejo com equinos jovens exige maior controle. Buscando diminuir índices de gastrite e, consequentemente, prejuízo no desenvolvimento de potros, o uso de suplementos alimentares adicionado a dietas balanceadas apresenta resultados favoráveis. O objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência de gastrite em potros submetidos a duas técnicas de desmame, o impacto no desenvolvimento e o efeito do uso de suplemento alimentar preventivo. O experimento foi conduzido no Laboratório de Pesquisa em Saúde Digestiva e Desempenho de Equinos (LabEqui), pertencente à FMVZ/USP. Foram utilizados 16 potros mestiços, machos e fêmeas, com idade aproximada de 5 meses e peso corpóreo entre 230 e 260 kg. Durante o período lactacional, potros e éguas foram alojados em piquete coletivo, sem acesso a gramínea. As éguas receberam o equivalente a 2,5% do peso em matéria seca, sendo 1,0% de concentrado e 1,5% de volumoso, caracterizando uma proporção volumoso/concentrado de 60:40, seguindo recomendações do NRC 2007 para atender as exigências nutricionais da categoria. Todos os potros, durante o período lactacional, receberam concentrado, 0,25% do peso em matéria seca e, após o desmame, 1,25% do peso em matéria seca, de acordo com as exigências nutricionais da categoria. Feno, água e sal mineral foram fornecidos ad libitum. Após a separação maternal, um grupo de potros foi alojado em baias de forma individual, e o restante permaneceu em piquete coletivo. Após o período de 15 dias pós desmame, os potros do tratamento baia foram transferidos ao piquete. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com esquema fatorial 2x2 (dois métodos de desmame e utilização ou não do suplemento alimentar). Os tratamentos foram compostos por: 1) Desmame em piquete e suplemento; 2) Desmame em piquete sem suplemento; 3) Desmame em baia e suplemento; 4) Desmame em baia sem suplemento. O desmame dos potros foi realizado de forma abrupta. Foi realizada avaliação do escore de lesão da mucosa gástrica dos potros, com escore para número de lesões avaliada por uma escala de 0 a 4, e intensidade de lesões gástricas avaliada por uma escala de 0 a 5, por meio de gastroscopia, sendo avaliado uma única vez 15 dias antes do desmame e após 15 dias do desmame. Foi mensurado o ciclo circadiano de cortisol plasmático, avaliando a variação do cortisol matutino e vespertino, além de dosagem de gastrina plasmática, 15 dias antes do desmame, no dia do desmame e 15 dias após o desmame, para ambas as variáveis. Foram avaliados parâmetros zootécnicos para acompanhamento do desenvolvimento dos potros, do nascimento até 3 meses pós desmame. Os resultados foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de significância de 5%, utilizando o PROC MIXED do Statistical Analysis System (SAS, 9.0). Foi observado ocorrência de gastrite antes do desmame, com 81,25% dos potros apresentando inflamação gástrica. Observou-se sinais clínicos de gastrite em 37,5% dos potros do tratamento baia, durante o período de 15 dias pós desmame e durante o período de 3 meses pós desmame. Para o número de lesões gástricas, antes do desmame, o escore médio encontrando foi de 3.00 para piquete e 1.56 para baia, assim como, após o desmame, com médias de 1.75 para piquete e 1.25 para baia. Além disso, observou-se diferença (P< 0,05) para intensidade de lesões, com médias de 3.31 para piquete e 1.37 para baia, antes do desmane, e 1.93 para piquete e 1.00 para baia, após o desmame. Entretanto, foi observado maior diminuição da incidência de lesões dos potros desmamados em piquete em relação aos desmamados em baia, tanto para o número de lesões quanto para a intensidade de lesões gástricas, com 41,6% e 42,5% de diminuição, respectivamente. Comparados a 19,9% para número de lesões e 27,2% para intensidade de lesões gástricas, correspondente aos potros desmamados em baia. Demonstrando a influência do manejo de desmame na intensidade de lesões. Não foi observado diferença (P> 0,05) para dosagem de cortisol e gastrina no sangue, parâmetros zootécnicos e utilização do suplemento. Conclui-se que ocorrências de gastrite podem ser observadas antes do desmame, sendo que a incidência foi influenciada pelo manejo. Não houve impacto no desenvolvimento dos potros, e a utilização de suplemento alimentar como prevenção às inflamações de mucosa gástrica não apresentou efeitos. |