Tectônica intraplaca e deformação sinsedimentar induzida por abalos sísmicos: o Lineamento Transbrasiliano e estruturas relacionadas na Província Parnaíba, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Chamani, Marlei Antônio Carrari
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-17082011-084821/
Resumo: O Lineamento Transbrasiliano é uma das principais estruturas da Plataforma Sul-Americana, estendendose em território brasileiro por cerca de 2700km. Desde sua instalação, no Neoproterozóico, o lineamento sofreu diversas reativações, e evidências geofísicas mostram que este se constitui numa importante descontinuidade litosférica. O Lineamento Transbrasiliano e outras estruturas do embasamento exerceram grande influência na instalação e história deposicional das bacias sedimentares da Província Parnaíba. Zonas de fraqueza litosférica importantes, como o Lineamento Transbrasiliano, tendem a concentrar esforços remotos gerados na borda das placas, e dessa forma a ser foco de atividade tectônica e sismicidade intraplaca. Sismos intraplaca, embora pouco comuns, podem atingir magnitudes consideráveis e afetar grandes áreas, como o atestam os sismos ocorridos no início do século XIX em New Madrid, EUA. Tectônica e sismicidade intraplaca podem gerar diversos tipos de registro em bacias intracratônicas. Entre eles, se destacam os sismitos: estruturas de liquidificação produzidas em sedimentos inconsolidados submetidos a choque sísmico. Sismitos são ferramentas particularmente úteis para a reconstrução da história tectônica de bacias sedimentares; no entanto, sua caracterização e interpretação podem ser problemáticas, visto que processos não sísmicos podem induzir a formação de estruturas similares às produzidas por terremotos. Foram identificados horizontes com estruturas de deformação sinsedimentares em cinco unidades litoestratigráficas na área estudada, no sudoeste da Província Parnaíba: as formações Pimenteiras, Cabeças, Longá e Piauí (Bacia do Parnaíba) e o Grupo Areado (Bacia do Espigão-Mestre). Foi aplicada a estas feições uma metodologia para a caracterização de estruturas de deformação sinsedimentar geradas por abalos sísmicos, desenvolvida a partir de uma ampla revisão da literatura sobre o tema. A partir de sua caracterização como possíveis sismitos, as estruturas foram analisadas, visando determinar intervalos de atividade tectônica sinsedimentar, possíveis campos de paleotensões à época de sua formação e que estruturas do embasamento foram reativadas. Os resultados obtidos, embora ainda preliminares, sugerem atividade tectônica sinsedimentar em quatro episódios: no Neodevoniano (formações Pimenteiras e Cabeças), com o esforço horizontal máximo (\'Sh IND.máx\') do campo de paleotensões associado orientado segundo N-S; no Neodevoniano - Eocarbonífero (Formação Longá), com \'Sh IND.máx\' orientado segundo N60-65E; no Neocarbonífero (Formação Piauí), com \'Sh IND.máx\' orientado segundo N40E; e no Eocretáceo (Grupo Areado). Reativações do Lineamento Transbrasiliano parecem ser responsáveis pela atividade tectônica sinsedimentar, embora os lineamentos de Senador Pompeu e do Rio das Balsas possam ter sido responsáveis por parte desta atividade.