Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Bringel, Raíssa Aires Ribeiro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-16102023-120716/
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Resumo: |
Introdução: O choque é uma condição clínica potencialmente fatal resultante do desequilíbrio entre a oferta e a demanda tecidual de oxigênio. A complexidade da disfunção circulatória torna impossível considerar apenas um único marcador hemodinâmico para guiar a ressuscitação do choque, fazendo-se necessário utilizar marcadores adicionais. Nesse contexto, investigamos a associação do gradiente venoarterial de dióxido de carbono (ΔPCO2) com outros marcadores de perfusão tecidual (lactato sérico, clearance de lactato, saturação venosa central de O2 (SvcO2), o débito cardíaco e o desfecho. Métodos: realizou-se estudo de coorte prospectivo com pacientes com choque admitidos nas UTIs-pediátricas de hospital terciário universitário. Os dados demográficos e clínicos foram coletados dos prontuários dos pacientes. Amostras de sangue arterial e venoso foram coletadas simultaneamente à admissão na UTI e 6 h (T6), 24 h (T24) e 48 h (T48) após, para obtenção dos valores de ΔPCO2, lactato, clearance de lactato e ScvO2. O débito cardíaco (DC) foi estimado por ecocardiografia. Resultados: Participaram do estudo 54 pacientes, que foram divididos em grupos de acordo com o ΔPCO2≤ 6 mmHg e > 6 mmHg. No grupo com ΔPCO2 > 6 mmHg em T6, os valores do escore de disfunção orgânica PELOD e do escore inotrópico foram maiores e houve maior proporção de pacientes com baixo DC. Observou-se também maior proporção de pacientes desse grupo com concentrações de lactato elevadas, clearance de lactato reduzido e SvcO2 abaixo de 70% em comparação ao grupo com ΔPCO2≤ 6 mmHg em T6. No entanto, não houve diferença significante entre os grupos nos desfechos (tempo de internação na UTI, tempo de ventilação mecânica e tempo de uso de drogas vasoativas). A mortalidade foi 4 vezes maior no grupo com ΔPCO2 > 6 mmHg em T6 (p=0,21). Houve correlação positiva significante entre o ΔPCO2 e as concentrações de lactato e correlação negativa significante entre o ΔPCO2 e o clearance de lactato e a SvcO2. As curvas ROC dos valores de ΔPCO2 para predição do clearance de lactato mostraram área sob a curva de 0,95 (T6) e 0,93 (T24). Conclusões: O ΔPCO2 pode detectar a presença de hipoperfusão tecidual e pode ser utilizado para a monitorização da terapia de ressuscitação em pacientes pediátricos com choque. |