Função-historiador: Projeto Grupo Atlas e guerras civis libanesas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Vivian Palma Braga dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27160/tde-03102018-154904/
Resumo: Função-historiador é o termo apresentado nesta tese como proposta teórica de uma nova relação entre artes visuais e conflitos políticos no cenário artístico contemporâneo, para a qual a prática artística de Walid Raad sobre as guerras civis libanesas ocorridas entre 1975 e 1990, concentrada no Projeto Grupo Atlas (1989-2004), é fundamental. Observando a reunião de dossiês, documentos, arquivo, textos e conferências performáticas que formam esse extenso, complexo e multifacetado trabalho, a tese propõe similaridades entre os materiais, estruturas e procedimentos que o constituem e os recursos utilizados pelo campo da história na construção de suas narrativas. O argumento é que por meio dessas aproximações pode-se identificar interações entre artes visuais contemporâneas e conflitos políticos que se elaboram pela via de um interesse, inteligência e ambição históricos. Mais especificamente, reconhecemos que por meio da semelhança dos recursos plásticos, o Projeto Grupo Atlas apresenta, no campo das artes, formas de compor/contar histórias sobre guerras civis libanesas. Nisto, essa prática artística distingui-se das preocupações habituais em relação à discursos de memória e os limites de representação da experiência de violência, tão presentes em trabalhos centrados neste recorte temático específico. Sua aproximação com a história tem por fundamento uma cisão entre um sujeito-artista Raad e uma posição-de-autoria artística que funda o trabalho de arte, evitando-se que uma experiência de conflito do artista seja tomada como ferramenta explicativa de sua prática. A função-historiador, enquanto atividade, é reconhecida no nível das produções artísticas, na junção de uma série de elementos, discutidos nesta tese, por meio dos quais identificamos uma autoridade artística no Projeto Grupo Atlas que propõe formas de compor/contar histórias sobre conflitos políticos recentes, ao mesmo tempo em que, por meio delas, formula críticas aos métodos de composição de narrativas históricas.