Presenças de Orfeu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Oliveira, Maria Claudete de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-05102007-152243/
Resumo: Os mitos devolvem aos homens os seus próprios conflitos; como metáforas, eles \"desempenham sua função de falar\" aos \"níveis profundos do ser humano\". Com o correr do tempo, essas figuras de linguagem podem ir perdendo a capacidade de serem absorvidas, mas os artistas, \"de acordo com suas disciplinas e artes\", fazem-nas emergir \"do contexto contemporâneo da experiência\". Partindo dessas premissas, foram feitas e em seguida confrontadas as análises dos poemas \"Legado\" e \"Canto órfico\", de Carlos Drummond de Andrade; da peça,\"Orfeu da Conceição: Uma tragédia carioca\" de Vinícius de Moraes e dos dois filmes baseados nela: Orfeu negro, de Marcel Camus e Orfeu, de Carlos Diegues. Num primeiro momento, diferenciando-se do Orfeu de Drummond - que se define e define o que vê, mais próximo, talvez, do caráter apolíneo do mito - o Orfeu de Vinícius promove, ou deseja promover a dissolução dionisíaca das diferenças, inclusive sociais, sugerida pela figura do cantor do morro: Orfeu da Conceição; mas, aproximando-nos mais um pouco dessas retomadas, sem que a primeira impressão deixe de existir, podemos observar também a expressão \"dionisíaca\" do primeiro autor, assim como a expressão \"apolínea\" do segundo e, comum a estas duas expressões, a crença no valor artístico da poesia e do canto. A presença de Orfeu nos filmes de Marcel Camus e de Carlos Diegues (que, como na peça, atualizam o mito em uma favela, na mesma década da estréia da peça, e quarenta anos depois dela, respectivamente) confirma a capacidade do canto e da arte de transformar a \"agonia em elegia\", como fizeram Carlos Drummond de Andrade e Vinícius de Moraes.