Análise discursiva dos PCNs de língua portuguesa de 5ª a 8ª série: a relação documento e o projeto de governo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Nunes, Cássia Olinda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-26102007-153018/
Resumo: Este trabalho é uma leitura discursiva dos PCNEFs de Língua Portuguesa cujo objetivo foi analisar as marcas lingüísticas que poderiam denotar a relação do conhecimento a ser construído, em linguagem, com um projeto político de governo. Por ser o corpus um documento que propõe o ensino da linguagem, da 1ª à 8ª série, com enfoque no segundo ciclo desse nível de escolaridade, detivemos a leitura nesse último nível. Nossa leitura resultou de inquietações provenientes da relação de um currículo prescrito, originado do poder instituído, com o sistema globalizado de produção de riqueza. Dessas inquietações levantamos uma questão: até que ponto os PCNEFs são um documento que estaria atrelado a um projeto de governo neoliberal (FHC)? Para investigarmos essa questão, tomamos como fundamentos teóricos pressupostos da Análise do Discurso que trabalha a relação do sócio/histórico/político com o lingüístico/discursivo, para iluminar, metodologicamente, a leitura que fizemos do documento. Dividimos a pesquisa em cinco capítulos. No primeiro capítulo, nos apropriamos dos fundamentos sócio/histórico/políticos, tendo em vista a construção de uma base teórica que nos garantiria compreender a relação entre o poder constituído e a educação. No segundo capítulo, fizemos uma síntese da construção do saber, na modernidade, através de uma leitura das formas de organização do currículo, da reforma da educação no Brasil, implementada no governo FHC, e, ainda, uma leitura das discussões pelas quais a ciência lingüística estava passando. Nele, também, levantamos algumas leituras que se posicionaram a favor do corpus de análise e algumas que se posicionaram contra. No terceiro capítulo, discutimos os fundamentos da AD, tendo por base, entre outros, os estudos de Pêcheux, de Courtine, de Maingueneau e de AuthierRevuz. No quarto e no quinto capítulos, fizemos uma juntura entre o teórico e o prático. Nessa juntura, propusemos, primeiramente, a conexão entre o discurso e o seu lugar de origem, discutindo a subjetividade, que perpassa o documento, através da intra/interdiscursividade. Em segundo lugar, fizemos uma análise do que consiste o conhecimento escolar, ou a ciência lingüística didatizada, no contexto dos PCNEFs. Nessa análise, estabelecemos a relação entre a ciência aplicada e os interesses do Estado. Por fim, fizemos as considerações finais, que nos permitiram estabelecer as relações para a comprovação da hipótese.