Metaconglomerados e rochas associadas do Grupo São Roque a noroeste da cidade de São Paulo: proveniência e implicações para a idade da sedimentação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Henrique-Pinto, Renato
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44143/tde-11112008-115527/
Resumo: O Grupo São Roque caracteriza-se por rochas de baixo grau metamórfico, depositadas em ambiente marinho com atividade vulcânica submarina. As ocorrências da Formação Morro Doce são dominadas por metarcóseos e metarenitos feldspáticos com expressivas lentes metaconglomeráticas, que formam uma seqüência considerada como unidade basal do Grupo São Roque. Os metaconglomerados, com o amplo predomínio de clastos graníticos, têm excelente potencial para identificação de suas fontes e idades. Rochas metavulcânicas ácidas e básicas intercaladas nesta seqüência constituem importante marcador tectônico e cronológico. O estudo petrográfico dos clastos graníticos dos metaconglomerados da Formação Morro Doce permitiu a identificação de quatro variedades petrográficas: biotita monzogranito porfirítico, biotita monzogranito inequigranular, biotita monzogranito equigranular e leucogranito inequigranular. O caráter comagmático entre os clastos é confirmado pelos dados petrográficos e geoquímicos. Rochas metavulcânicas ácidas que ocorrem intercaladas a metarcóseos e metaconglomerados, na região do Morro do Polvilho, correspondem a meta-traquidacitos e metariolitos porfiríticos. Os metarcóseos mostram afinidades geoquímicas com os clastos de granito dos metaconglomerados, e diferenciam-se das rochas metavulcânicas ácidas associadas pela geoquímica e pela petrotrama sedimentar composta predominantemente por feldspatos detríticos sub-angulosos. De características geoquímicas típicas de magmatismo intraplaca, em especial baixo mg# (~20), altos teores de Zr (560-730 ppm), Y e Nb, além de baixo Sr (70-120 ppm), as rochas metavulcânicas ácidas do Grupo São Roque apresentam similaridades com as metavulcânicas ácidas da base do Supergrupo Espinhaço. Datações U-Pb por LA-MC-ICP-MS em cristais de zircão extraídos das variedades predominantes de seixos graníticos revelaram idades Paleoproterozóicas (2199 ± 8.5 Ma e 2247 ± 13 Ma). Idades comparáveis só são encontradas regionalmente em núcleos do embasamento do Supergrupo Espinhaço (Complexo Mantiqueira) e Açungui (núcleos Tigre, Setuva e Betari). A idade de deposição dos metaconglomerados (1.75-1.79 Ga), indicada pelas datações U-Pb em rochas metavulcânicas intercaladas é consistente com a idade dos clastos (granito fonte), datados em 2.2 Ga, e com a ausência de indicações de contribuições de áreas-fontes mais jovens para os metassedimentos da Fm. Morro Doce.