Transfecção de anticorpos como terapia anti-viral para a raiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Agostinho, Washington Carlos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-16072019-090415/
Resumo: A raiva é uma zoonose conhecida desde a Mesopotâmia, temida por milênios em todo o mundo por seu rápido e progressivo número de casos fatais, e agora é endêmica em países em desenvolvimento, com uma estimativa de 6.000.000 de mortes humanas por ano. O pequeno número de pacientes que sobreviveram a raiva ainda é motivo de debate, em meio a tentativas de estabelecer um tratamento eficaz para pacientes humanos. O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade de tranfecção de anticorpos F (ab \') anti-RABV com uso de dois agentes de transfecção catiônicos (Pulsin / Bioporter) in vivo, bem como avaliar a eficácia deste método como terapia antiviral. Camundongos foram inoculados pela via intracerebral com 30 µl de um isolado de RABV (AgV2), contendo 10 LD50%. Após 48h, dois tratamentos foram realizados: Para o Tratamento-1, 180 µl de F (ab \') anti-RABV foram combinados com 360 µl de Hepes 20 mM pH 7,4 e adicionados 60 µl de Pulsin ® (Polyplus). Para o tratamento 2, o reagente Bioporter ® foi ressuspendido com a F (ab \') anti-RABV na concentração final de 250 µg / ml. Os grupos controles foram tratados com os agentes de transfecção sem anticorpos. As soluções foram então inoculadas por via intracerebral em volume de (30 µl) em cada um dos quinze animais. No tratamento-1, comparando os grupos tratado e controle, não houve diferença significativa (p = 1). No tratamento-2, a taxa de sobrevivência foi de 70% para o grupo tratado, enquanto a mortalidade nos animais do grupo controle foi de 90% (p <0,0198). De modo a diferenciar entre o efeito antiviral pela transfecção da F (ab \') anti-RABV e um possível efeito antiviral do próprio agente de transfecção Bioporter ®, os camundongos foram sujeitos a infecção com 30 µl do isolado RABV acima mencionado, contendo 10 LD50% . Após 48 horas, 30 µL de reagente Bioporter ressuspenso em Hepes 20 mM, pH 7, foram inoculados pela via intracerebral em 10 camundongos, enquanto para o grupo controle (n = 10), foi utilizado somente Hepes 20 mM, pH 7,4. Houve uma taxa de sobrevivência de 50 e 20%, para os grupos Bioporter e controle, respectivamente, sem diferença significativa (p = 0,4949), mostrando que o efeito antiviral observado no primeiro experimento foi devido ao anticorpo transfectado. A inibição da replicação de RABV pode ser obtida pela técnica de transfecção de anticorpos, uma ferramenta valiosa a ser adicionada como uma terapia antiviral para o tratamento da raiva em humanos.