Efeito do hormônio sintético 17α-etinilestradiol no invertebrado aquático Daphnia magna (Crustacea, Cladocera)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Miguel, Mariana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-31032016-101847/
Resumo: Muitas substâncias descartadas no meio ambiente não são totalmente degradadas, podendo assim persistir no ambiente. Diversos compostos são continuamente introduzidos no ambiente podendo afetar a biota e inclusive o homem. Os fármacos são alguns desses compostos que depois de descartados podem chegar nos corpos de águas naturais, e dentre eles merecem especial atenção os hormônios sintéticos utilizados em larga escala por mulheres em todo o mundo, na forma de contraceptivos orais. O hormônio sintético 17α-etinilestradiol é um micropoluente no ambiente aquático, que pode causar distúrbios na reprodução de diversos organismos atuando como um desregulador endócrino. O presente estudo teve como objetivo principal analisar o efeito do hormônio sintético 17α-etinilestradiol sobre o cladócero Daphnia magna, por meio de testes ecotoxicológicos. Testes de toxicidade crônica foram realizados em duas gerações consecutivas deste microcrustáceo (F0 e F1). Para os testes utilizaram-se neonatas com menos de 24 horas de idade, 6 concentrações do hormônio e dois controles. Foram estabelecidas 10 réplicas com 1 indivíduo por réplica. O ensaio foi realizado em incubadora com temperatura de 25 ± 1°C e fotoperíodo de 12h claro:12h escuro, com duração de 11 (F0) e 13 dias (F1), com término coincidindo com o nascimento das neonatas da terceira ninhada no controle. Os resultados evidenciaram que a exposição ao hormônio diminuiu a fecundidade de Daphnia magna nas quatro maiores concentrações de etinilestradiol na F0 e na concentração de 1000 μg L-1 da F1, revelando maior resistência ao contaminante na segunda geração. Na maior concentração do composto, o tempo para a produção das duas primeiras ninhadas foi maior na geração F1, quando comparada ao controle. Na concentração de 250 μg L-1 verificou-se a ocorrência de um indivíduo intersexo, apresentando tanto características de macho como de fêmea. Os resultados deste estudo evidenciaram que o 17α-etinilestradiol afeta a reprodução de Daphnia magna, e que também pode afetar a reprodução de diferentes invertebrados aquáticos, o que, a longo prazo pode causar danos às populações e comunidades aquáticas, diminuindo as populações e podendo até extingui-las eventualmente.