Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1997 |
Autor(a) principal: |
Marion Filho, Pascoal José |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20231122-093247/
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Resumo: |
Este tese tem como principal objetivo estudar a evolução e a organização recente da indústria de móveis nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul por serem os estados onde esta indústria é mais competitiva internacionalmente. Especial atenção foi dada à análise das transações com madeira entre fornecedores e fabricantes de móveis. Na análise, utilizou-se o paradigma estrutura-conduta-desempenho, para conhecer a organização da indústria; e, a economia dos custos de transação, para explicar a forma de governança predominante nas transações com madeira. A indústria moveleira nos estados em análise está intimamente ligada aos movimentos migratórios europeus (alemães para Santa Catarina e italianos para o Rio Grande do Sul) ocorridos no século XIX. Desde então, a produção de móveis pode ser separada em duas fases. A primeira delas vai até 1970 e se caracterizou pela expansão e pela predominância da produção artesanal. A partir do início dos anos 80 teve início a fase industrial, depois de expressivas transformações ocorridas na década de 70. A estrutura da indústria moveleira gaúcha e catarinense pode ser caracterizada, genericamente, como sendo uma concorrência monopolística, por ser pouco concentrada e ter produto diferenciado. Além disso, essa indústria tem produção diversificada, não apresenta barreiras à entrada especial e possui baixa integração vertical. A via mercado foi a estrutura de governança predominante nas transações que ocorreram entre os fornecedores de madeira e as fábricas de móveis. Esta forma organizacional decorre, especialmente, da baixa especificidade dos ativos, da pequena incerteza e da recorrência nas transações com madeira. Estas características das transações também explicam a estrutura pouco integrada verticalmente na indústria moveleira. A forte concorrência existente na indústria moveleira resulta da baixa concentração, e aquela é feita, principalmente, através da redução de preços via redução de custos, da melhoria na qualidade do produto e da criação de novos modelos. Estas estratégias competitivas estão sendo viabilizadas através de gastos em P&D, os quais aumentam a diferenciação da produção. Devido à estrutura pouco concentrada, os produtores de móveis não são fixadores de preços, não fazem acordos formais sobre preços ou de qualquer outra espécie para aumentar o poder de mercado e gastam relativamente pouco com propaganda/promoção, embora sejam muitos os que fazem este tipo de gasto. No período de 1990 a 1996 a indústria moveleira gaúcha teve um melhor desempenho do que a indústria de móveis catarinense. Isso foi constatado, principalmente, através da evolução da produção e da rentabilidade das empresas dessa indústria em cada estado. O pior desempenho da indústria moveleira de Santa Catarina pode ser explicado, pelo menos em parte, por esta indústria ter no mercado externo parcela expressiva de sua demanda e pelo fato da política cambial, posta em prática no período em análise, não permitir expressivos ganhos na atividade exportadora. |