Lean Healthcare: análise comparativa do processo de prescrição manual e eletrônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Gabassa, Valeria Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-29012020-155814/
Resumo: O processo relacionado à prescrição de medicamentos é especialmente perigoso. Entende-se por erro de medicação aquele que ocorre em uma das etapas do sistema que envolve inicialmente a prescrição médica. Estudos apontam que estratégias mais seguras no sistema de medicação, especialmente em hospitais, estão relacionadas à aplicação de tecnologia da informação, contudo, outras estratégias são necessárias para garantir um processo seguro, padronizado e sustentável no longo prazo. Para tal, destaca-se a filosofia lean healhcare que é uma estratégia de gestão com foco na eliminação de desperdícios, resolução de problemas, padronização do trabalho e eficiência operacional. O estudo objetiva analisar a implantação da prescrição eletrônica comparando-a com a prescrição manual e correlacionando-a com a filosofia lean healthcare. Trata-se de um estudo de método misto desenvolvido em quatro etapas, a saber: 1ª Etapa consistiu em estudo exploratório do tipo estudo de caso; 2ª Etapa, com abordagem qualitativa e quantitativa, simultaneamente, compreendeu a coleta de dados por meio de questionário aplicado aos participantes do estudo com questões objetivas e subjetivas; 3ª Etapa, com abordagem qualitativa e quantitativa, sequencialmente, consistiu no desenvolvimento das análises dos dados quantitativos e posteriormente dos dados qualitativos provenientes da coleta de dados da etapa anterior. O estudo foi desenvolvido em um hospital universitário do interior do estado de São Paulo com 50 participantes, sendo 81,6% do gênero feminino e 46,8% pertencentes à categoria da enfermagem. Para análise da prescrição eletrônica e manual utilizou-se o Software SPSS, os testes estatísticos ANOVA, teste-T, T-Student Pareado, Comparação Múltipla de Bonferroni (post hoc) e Correlação de Pearson, com nível de significância de 0,05 (5%). A partir da etapa 1, foram levantados temas que foram organizados em cinco domínios: Registros sobre a Prescrição Manual; Registros sobre as Etapas da Implantação da Prescrição Eletrônica; Registros sobre os princípios lean healthcare norteadores das definições e tomadas de decisão sobre o novo processo de prescrição; Registros e elaboração de Ferramentas e Práticas lean healthcare utilizadas na implantação; Registros pós-implantação da Prescrição Eletrônica, de modo que identificou-se 69% de correlação entre os domínios IV e V e 61% entre os domínios III e IV, inferindo-se que houve correlação entre a utilização dos princípios e práticas lean e o processo de implantação da prescrição eletrônica. A prescrição eletrônica quando comparada à manual foi considerada mais segura e com menor risco de erros e melhor para o trabalho da equipe (p-valor <0,001). A triangulação dos dados para a variável Q2 evidenciou que a exigência de maior atenção e dedicação da equipe ocorre igualmente, sem diferença estatística significante para a prescrição manual e eletrônica, especialmente na perspectiva do desperdício com sobreprocessamento de informação. Concluiu-se que apesar da prescrição eletrônica ter sido considerada melhor e mais segura pelos participantes, a influência do lean healthcare na implantação do novo processo não foi suficiente para resolver a totalidade dos problemas, dada a limitação do sistema informatizado utilizado no hospital estudado e complexidade desse processo que se inicia pela prescrição médica e envolve muitos atores. São necessárias ferramentas informatizadas de gestão potentes com barreiras capazes de evitar erros. Reforçou-se a potência da filosofia, seus princípios e ferramentas para analisar processos, integrar pessoas, planejar melhorias, coordenar e implementar sua execução, contudo, precisam estar alinhados a uma diretriz institucional e sustentados por uma ferramenta informatizada potente, especialmente em sistemas complexos como o de medicação no hospital