Migrantes e fazer cidade: trajetórias urbanas de migrantes transnacionais em São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Côrtes, Tiago Rangel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-28022024-134055/
Resumo: Trata-se de pesquisa sobre migrações transnacionais, tomando como foco e abordagem a cidade e a produção dos espaços urbanos. Assumindo como principal procedimento de pesquisa a reconstrução de trajetórias de vida de diferentes grupos de migrantes transnacionais que chegaram à Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) na última década, pretende-se, em termos gerais, compreender a relação dessas pessoas com o espaço urbano, destacando os campos de sociabilidade e redes de relações construídas na cidade. No primeiro capítulo, propõe-se o plano de referência para compreensão e análise das presenças migrantes em São Paulo. Em especial, os conceitos de fazer-cidade e o binômio emplacement/displacement são trabalhados em profundidade (Çaglar; Glick Schiller, 2018). A tese assume orientação teórico-metodológica descritiva. É na reconstrução da trajetória dos interlocutores de pesquisa que se torna possível puxar os fios para a leitura do presente. Ao adotar a lente urbana para se olhar as questões migratórias, sugerimos uma perspectiva caleidoscópica, que permite compreender os atravessamentos múltiplos envolvidos na questão migratória, com ênfase nas alianças e nas relações engendradas por uma rede de atores socioinstitucionais. No segundo capítulo, parte-se da observação situada na Missão Paz, reconhecida entidade que atua em diferentes frentes com migrantes em São Paulo. Sugere-se que a entidade funciona como um operador de escala e conector urbano, isto é, um polo gravitacional da questão migratória na cidade. Como operador de escala, a instituição ganha relevância nos mais diferentes níveis de debates, articulando as formas pelas quais São Paulo entra no jogo das migrações transnacionais. Por ser um conector urbano, os arredores da entidade apresentam uma dinâmica pautada pelas presenças dessas mobilidades transnacionais. Perscrutamos, então, um coletivo organizado por migrantes que se conectaram por meio da entidade, o Pacto pelo Direito de Migrar; dialogamos com a Sociedade Beneficente Muçulmana; e, por fim, traçamos algumas considerações sobre a inserção de migrantes transnacionais em uma ocupação de moradia no bairro da Mooca. Em seguida, no terceiro capítulo, puxando um dos fios encontrados na Missão Paz, a análise assenta-se no trabalho de campo realizado no Jardim Piratininga, na Zona Leste de São Paulo. Em foco estão trajetórias de migrantes brasileiros e transnacionais que se entrecruzaram no bairro, construindo arranjos variados de moradia e trabalho. O último capítulo coloca em tela as tramas políticas em torno das alianças e das lutas de migrantes em São Paulo. A ênfase é compreender como são engendradas articulações entre diferentes atores que constituem um polo central para a consolidação de uma vida passível de ser vivida (Butler, 2018)