Lipoproteína de baixa densidade eletronegativa (LDL-) em indivíduos com diferentes níveis de risco cardiovascular: parâmetros nutricionais e bioquímicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Mello, Ana Paula de Queiroz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-13112007-223730/
Resumo: Introdução: As dislipidemias representam um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares e, particularmente, para a aterosclerose. Portanto, todos os fatores nutricionais capazes de reduzir a sua incidência ou melhorar seu quadro clínico, representam ferramentas importantes para sua prevenção ou tratamento. Além das dislipidemias, as modificações oxidativas da lipoproteína de baixa densidade (LDL) têm relação direta com o processo aterosclerótico. Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar a possível influência dos Parâmetros Nutricional (alimentar e antropométrico) e Bioquímicos sobre a geração de LDL- em indivíduos com diferentes níveis de risco cardiovascular Métodos: Para a consecução destes objetivos foram avaliados indivíduos com hipercolesterolemia associada à LDL com (n = 10) ou sem (n = 33) aterosclerose, quando comparados aos indivíduos normocolesterolêmicos (n = 30). A partir desta amostra avaliou-se o hábito alimentar (questionário quantitativo de freqüência alimentar), a antropometria (peso, altura, circunferência da cintura, % de gordura corporal e % de massa magra), o perfil lipídico (colesterol e triacilgliceróis), o conteúdo de LDL- (plasma, LDL total e sub-frações de LDL) e os auto-anticorpos anti-LDL- no plasma. O diagnóstico de aterosclerose foi feito através da pesquisa dos prontuários e da avaliação do índice tornozelo-braço (ITB). Resultados: A análise do perfil lipídico indicou que a concentração de colesterol plasmático no grupo Controle (180,5 ± 19,6 mg/dL) foi menor que a observada nos grupos Hipercolesterolêmico – Hiper (-) (243,5 ± 29,7 mg/dL) e Hipercolesterolêmico com aterosclerose – Hiper (+) (221,1 ± 19,6 mg/dL), sendo a dislipidemia observada resultante do acúmulo de colesterol na LDL. O monitoramento da LDL- no plasma e de seus auto-anticorpos não apresentou diferença significativa entre os grupos. Entretanto, quando se analisou a LDL- na LDL total verificamos que o grupo Controle apresentou conteúdo inferior (850,2 ± 337,8 DO) aos grupos Hiper (-) (1253,1 ± 340,9 DO) e Hiper (+) (1258,5 ± 207,4 DO). Em relação ao hábito alimentar, o grupo Controle apresentou menor consumo de carboidratos e vitamina C, quando comparado ao grupo Hiper (+), e este consumo inferior de ácido graxo monoinsaturado (AGM), ácido graxo poliinsaturado (AGP) e ácido linoléico que o grupo Hiper (-). Não observamos diferença significativa nos parâmetros antropométricos. Considerando que o conteúdo de LDL- no plasma e na LDL (+) densa apresentou correlação positiva, além das correlações positivas entre LDL- isolada e normalizada pelas proteínas e colesterol tanto no plasma, quanto na LDL total e nas sub-frações de LDL, estabelecemos correlações entre estas variáveis e os parâmetros clínicos, de consumo, de composição corporal e bioquímicos. Neste sentido, observamos que houve correlação da pressão arterial sistólica com LDL- no plasma (r = 0,26 e p = 0,03) e escore de risco de Framingham com LDL- na LDL (r = 0,36 e p = 0,01). Em relação ao consumo alimentar, houve correlação entre o consumo de gordura e colesterol com o conteúdo de LDL- no plasma (r = 0,27 e p = 0,02; r = 0,27 e p = 0,02, respectivamente). Verificamos também correlação entre LDL- presente na sub-fração menos densa da LDL com o consumo de AGM (r = -0,27 e p = 0,02), AGP (r = -0,23 e p = 0,05), ácido oléico (r = -0,23 e p = 0,05), ácido linoléico (r = -0,31 e p = 0,01) e vitamina A (r = -0,25 e p = 0,03). As variáveis antropométricas e de composição corporal não apresentaram correlação significativa com a geração de LDL- no plasma, na LDL total e nas sub-frações de LDL, nem com seus auto-anticorpos. Quando avaliamos o perfil lipídico e a LDL- na LDL, observamos correlação positiva com colesterol total (r = 0,52 e p ≤ 0,001), colesterol associado à LDL, pela equação de Friedewald e analisado na lipoproteína isolada (r = 0,59 e p ≤ 0,001; r = 0,75 e p ≤ 0,001, respectivamente), as relações colesterol total/HDL (r= 0,45, p ≤ 0,001) e LDL/HDL (r= 0,47, p ≤ 0,001) e colesterol não HDL (r= 0,74, p ≤ 0,001). Conclusões: Os resultados obtidos mostram que a LDL-, sobretudo quando analisada na LDL, é um importante e sensível parâmetro bioquímico associado ao perfil lipídico, a outros parâmetros de risco cardiovascular e ao consumo alimentar. Portanto, sugere-se que o monitoramento da LDL- faça parte dos protocolos clínicos, visto que este marcador sofre variação em função de fatores exógenos, clínicos e bioquímicos.