Avaliação do xisto e escórias na nutrição e produção do tomateiro e em atributos químicos e biológicos do solo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Pereira, Hamilton Seron
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20191220-123104/
Resumo: Na produção industrial há processos que geram resíduos, muitos destes podem ser reaproveitados, ao invés de serem depositados em locais que poderiam causar danos, contaminações ou alterações do meio em que são expostos. O xisto caracteriza-se de uma rocha essencialmente silto-argilosa da formação Iratí, com conteúdo apreciável de matéria orgânica, que sob aquecimento pode produzir óleo, gás e enxofre. Atualmente na unidade de exploração de xisto, após a retirada do óleo, gás e enxofre, este é descartado chegando a um montante de 6.000 Mg dia-1. Outro resíduo ainda muito pouco aproveitado são as escórias, com excelentes propriedades corretivas. No processo de obtenção do ferro gusa, 300 kg de escórias são produzidos por Mg de ferro obtido. Para avaliar o aproveitamento destes resíduos na agricultura, foram realizados dois experimentos com delineamento em blocos ao acaso cultivando-se tomate estaqueado em Podzólicos Vermelho-Amarelos, sob condições de casa-de-vegetação (plasticultura). Foram utilizados nos experimentos xisto retortado em quatro doses (3, 6,9 e 12 Mg ha-1), duas escórias de alto fomo de siderurgia (da Mannesman e Dedini) na dose de 6 Mg ha-1 e o termo fosfato, que usa a escória como matéria-prima em seu processo de fabricação, na dose de 2,5 Mg ha-1.Os experimentos constaram de oito tratamentos incluindo a testemunha, com quatro repetições. Todos os tratamentos receberam adubação mineral NPK, inclusive a testemunha. Foram avaliados o estado nutricional e a produtividade do tomateiro. Devido a alta concentração de silicatos nos resíduos, foram avaliadas o fornecimento de silício no solo e na cultura; também foram avaliados alguns atributos químicos do solo e alguns atributos biológicos. Os resultados mostram que as escórias atuaram com eficiência na correção da acidez do solo enquanto que o xisto não alterou o mesmo. O xisto e as escórias aumentaram o teor de silício no solo e na planta, este aumento de silício no solo incrementou a disponibilidade de fósforo, devido a competição direta pelos sítios de adsorção entre os ânions silicato e o fosfato. O xisto aumentou o teor de enxofre no solo e na planta, apresentando-se eficiente no fornecimento deste elemento para a cultura. Não verificou-se níveis elevados de metais pesados nos solos e nas plantas, causados pela aplicação dos tratamentos, ficando estes abaixo dos considerados críticos para o solo e que pudessem vir causar danos ao ambiente. A população bacteriana do solo foi aumentada com a aplicação da escória da Mannesman enquanto que o xisto aumentou a população fúngica, mas não verificou-se danos ao ambiente, tanto por parte de contaminações químicas por metais pesados, como diminuição da atividade biológica do solo, bem como pela diminuição na produtividade do tomateiro em função da aplicação dos tratamentos. Os produtos utilizados nestes experimentos e nas doses sugeridas podem ser utilizados na agricultura, sejam como corretivos ou como condicionadores de solo.