Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Batista, Daniel Valente |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-16062021-125902/
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Resumo: |
Introdução: O melhor tratamento para doença arterial coronariana (DAC) em diabéticos com doença renal crônica ainda é incerto. Objetivo: Nosso objetivo foi avaliar o impacto prognóstico do ritmo de filtração glomerular e comparar diferentes estratégias terapêuticas para DAC em diabéticos estratificados pela função renal em um seguimento de muito longo prazo. Métodos: Pacientes do registro MASS com diabetes e DAC multiarterial submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica (CRM), intervenção coronariana percutânea (ICP) ou tratamento médico otimizado (TMO) exclusivo foram incluídos. Os dados foram analisados de acordo com o ritmo de filtração glomerular estimado (eRFG) em 2 estratos: 1 (< 60 mL/min/1,73m²) ou 2 (>= 60 mL/min/1,73m²). O desfecho primário foi o combinado de mortalidade, infarto do miocárdio ou revascularização adicional (MACE) e os desfechos secundários foram a avaliação individual de cada componente do desfecho primário e os dados da evolução da função renal ao longo do tempo. Resultados: A mediana de seguimento foi de 9,5 anos (5,5 - 11,2). Entre os indivíduos do estrato 1 (n=161), 73 realizaram CRM, 46 ICP e 42 TMO. Dentre aqueles do estrato 2 (n=692), 262 submeteram-se à CRM, 158 à ICP e 182 ao TMO. As taxas de MACE entre os indivíduos dos estratos 1 e 2 foram 53,4% e 40,7%, respectivamente (plog-rank=0,020) (HRajustado: 1,51; IC 95% 1,04-2,21; p=0,030). As taxas de mortalidade foram 37,9% e 24,6% nos estratos 1 e 2, respectivamente (plog-rank < 0,001) (HRajustado: 2,10; IC 95% 1,32-3,35; p=0,002). Não foram encontradas diferenças em relação às taxas de infarto do miocárdio (p=0,329) ou revascularização adicional (p=0,331) na comparação entre os estratos de função renal. Comparando-se os diferentes grupos de tratamento em ambos os estratos, observou-se uma menor taxa de MACE (p=0,027 no estrato 1 e p < 0,001 no estrato 2) e revascularização adicional (p=0,001 no estrato 1 e p < 0,001 no estrato 2) nos pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico. Avaliando-se a evolução do eRFG no seguimento, observou-se queda do mesmo ao longo do tempo em ambos estratos com médias de delta nos estratos 1 e 2 de - 7,04 e - 22,21 mL/min/1,73m², respectivamente (p < 0,001). Houve maior taxa de evolução para terapia substitutiva renal nos pacientes do estrato 1 em relação ao estrato 2 (p=0,002). Em análise multivariada, observou-se que o eRFG foi um preditor independente de MACE (p=0,034) e mortalidade (p=0,020). Conclusão: A presença de um menor ritmo de filtração glomerular estimado esteve associada a maiores taxas de MACE e mortalidade, independentemente da modalidade terapêutica adotada. Além disso, a CRM associou-se a menores taxas de MACE e revascularização adicional em ambos os estratos de eRFG. O eRFG foi um preditor independente de MACE e mortalidade em um seguimento de 10 anos. |