Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Malagoli, Marielly Marques |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-27082024-075046/
|
Resumo: |
A proposta deste trabalho é analisar os discursos das publicações de um grupo de médicos em suas redes sociais sobre a pandemia do coronavírus (Covid-19) e a vacinação no Brasil, bem como os comentários feitos por seguidores sobre o mesmo tema, buscando entender como a propagação dessas narrativas estão relacionadas às crenças e ao saber comum do público leitor. Para isso, analisaram-se estratégias discursivas e os elementos semióticos usados no discurso digital, levando em conta o contexto cultural, o senso comum e as ideologias presentes tanto nas narrativas dos médicos quanto nos discursos de seus seguidores. Para o cumprimento desses objetivos, é preciso responder a quatro perguntas básicas: (i) Quem é o público a que se dirige o enunciado e quais são as crenças herdadas por eles?; (ii) Como os médicos-autores constroem seus ethos discursivo de autoridade?; (iii) Como a crise de confiança nos meios de comunicação e nas instituições públicas legitimou essas narrativas?; iv) Que impacto a disseminação do discurso negacionista pode causar na sociedade e na saúde pública?. Para que essas perguntas fossem respondidas e o objeto de estudo analisado, buscou-se analisar como as crenças são formadas e passadas de geração em geração e porque alguns costumes culturais para o tratamento de doenças ainda têm mais prestígio que a medicina moderna (Ferreira Netto, 2017). Posteriormente, foram coletadas publicações de médicos em seus perfis do Instagram, analisadas a partir da definição de ethos e das estratégias discursivas (Amossy, 2005), bem como a análise semiótica dos signos presentes nos discursos e sua logicidade (Peirce, 1975) e, ainda, o método de análise da estrutura narrativa de Labov (1997). Além desses conceitos, os elementos digitais, específicos desse discurso, foram incorporados não somente na análise, mas também como itens de reconfiguração da enunciação (Paveau, 2021) e como recursos de ampliação do discurso nativo digital. Os resultados da investigação revelam que a falta de confiança na ciência, nas instituições públicas e na mídia convencional são perspectivas amplamente compartilhadas por uma considerável parcela da população brasileira, que por sua vez, sempre valorizou saberes tradicionais de gerações anteriores. Esse conjunto de fatores, então, encontrou acolhimento nos discursos médicos de alguns profissionais, o que acabou contribuindo para uma onda de discursos negacionistas e antivacina. |