Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Andrada, Cris Fernández |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-22092005-123014/
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Resumo: |
Inserida em um contexto de ressurgimento de relações autogestionárias de trabalho, esta pesquisa tem por objetivos compreender o processo de construção da cooperativa de costureiras gaúchas Unidas Venceremos (UNIVENS) e, principalmente, identificar e discutir as principais repercussões psicossociais desta experiência na vida das sócias-trabalhadoras. Ou seja, busca compreender como a vivência de relações autogestionárias de trabalho afetaram e afetam as vidas sociais de seus sujeitos, tanto no âmbito do trabalho, quanto nos espaços da família, do bairro ou até mesmo da cidade. Trata-se de um estudo de caso que teve como escolhas metodológicas a observação etnográfica e a realização de entrevistas semi-abertas de longa duração. Como resultados, este trabalho apresenta e analisa tanto o processo histórico de construção da cooperativa, como as histórias de trabalho e as principais repercussões da experiência de autogestão apontadas por quatro cooperadas. A experiência política vivida por algumas cooperadas junto ao Orçamento Participativo local surgiu como fonte simbólica da cooperativa, tendo inspirado, inclusive, parte de seus princípios, como o caráter igualitário das relações e a gestão democrática e participativa. Neste sentido, concluiu-se que foi a experiência política que propiciou a experiência econômica, e não o contrário. O direito ao trabalho, o pertencimento ao grupo da cooperativa e o enraizamento como sujeitos nos espaços da Vila e do trabalho, representam as principais repercussões destas experiências Orçamento Participativo e cooperativa chamadas aqui de permanências, na medida que compõem dialeticamente um campo estável de referências para essas trabalhadoras, capaz de salvaguardar a manutenção da vida familiar e o poder de intervenção de suas ações cotidianas. Dessa forma, essas permanências possibilitam o enlace firme e perene destas pessoas em seus lugares através do tempo, uma vez que passam a conhecer e a construir a história da cooperativa e do bairro (passado), a circular por estes espaços com maior apropriação e segurança (presente) e a arquitetar para eles novas ações interventivas (futuro). As permanências também se apresentaram como condições simbólicas para a ação política, por permitir a estas trabalhadoras, ainda que momentaneamente, o afastamento das atividades voltadas para a sobrevivência e o alcance da liberdade necessária para a prática da política em espaços comuns. Ainda como conclusões, esta pesquisa apresenta a possibilidade de sonhar, projetar e realizar ações políticas em horizontes mais amplos como uma repercussão de segundo grau destas permanências e, por conseguinte, desta experiência autogestionária, para seus sujeitos. |