Trabalhadores da cidade de São Paulo expostos à poluição atmosférica: avaliação da genotoxicidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Vilas Boas, Daniel Siquieroli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5144/tde-21092016-091309/
Resumo: Os problemas da poluição atmosférica atingem todos os grandes centros urbanos, em particular as megacidades com população maior do que 10 milhões de habitantes. Emissões veiculares e industriais destacam-se entre as principais responsáveis pelas altas concentrações de poluentes do ar nesses centros urbanos. Os diferentes componentes da poluição atmosférica, a dose e o tempo de exposição, podem levar a diversos impactos na saúde humana. Esse estudo teve por objetivo avaliar a genotoxicidade da poluição atmosférica (PM2,5 e NO2) e sua correlação com modificações no perfil de metilação das citocinas IL-10 e TNF-alfa, em trabalhadores da cidade de São Paulo/SP ocupacionalmente expostos. Participaram deste estudo 57 indivíduos do gênero masculino, com idades variando entre 28 e 66 anos de idade, trabalhadores em turnos diários de atividades externas na cidade de São Paulo e, portanto, ocupacionalmente expostos à poluição atmosférica. Foram recrutadas 3 categorias de profissionais: 1) controladores de tráfego (n=18); 2) taxistas (n=21) e profissionais do Instituto Florestal (n=18). Esses trabalhadores foram divididos em dois grupos em função dos locais de trabalho e exposição: 1) grupo área urbana (AU), composto pelos controladores de tráfego e taxistas e 2) grupo área periurbana (APU), composto pelos profissionais do Instituto Florestal. Amostradores individuais de poluição atmosférica foram utilizados para a coleta dos poluentes PM2,5 e NO2. A análise da genotoxicidade foi realizada pelo teste de micronúcleos nas células epiteliais da mucosa oral e em linfócitos do sangue periférico. O perfil de metilação das citocinas IL-10 e TNFalfa foi realizado por sequenciamento de nova geração. Nossos resultados mostraram uma diferença na concentração do PM2,5 entre os grupos (AU=32,92?g.m-3, APU=25,77ug.m-3; p=0,0311). Não foi encontrada diferença na concentração de NO2 entre os grupos. Foram encontradas diferenças nas frequências de micronúcleos, tanto em mucosa oral (AU=2,78%, APU=1,16%; p < 0,0001) quanto em linfócitos periféricos (AU=1,51%, APU=0,73%; p < 0,0001). Também foi encontrada diferença na metilação média do gene IL-10 entre os grupos (AU=25%, APU=30%; p=0,0120). Não foi encontrada diferença na metilação média do gene TNF-alfa entre os grupos. Concluímos que os trabalhadores da área urbana da cidade estão expostos a maiores concentrações de PM2,5, possuem maiores frequências de micronúcleos tanto em células da mucosa oral quanto em linfócitos periféricos e apresentam um perfil de hipometilação do gene IL-10 em comparação com os trabalhadores da área periurbana da cidade