Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Mello, Aline Veroneze de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-06072022-140126/
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Resumo: |
Introdução: Ter uma alimentação adequada e saudável envolve diferentes aspectos, entre os quais o custo é um dos principais determinantes. Objetivo: Investigar os custos da alimentação em amostra representativa da população residente no município de São Paulo em 2003, 2008 e 2015. Métodos: Foram utilizados dados do estudo transversal, base populacional, ISA-Nutrição, com residentes no município de São Paulo. Dados socioeconômicos e estilo de vida foram coletados em visitas domiciliares e inquérito telefônico e, consumo alimentar, por dois recordatórios de 24 horas. Para avaliação da qualidade e classificação da dieta foram utilizados: Índice de Qualidade da Dieta Revisado - IQD-R, grupos de alimentos de proteção ou de risco para doenças cardiometabólicas baseados na classificação What we eat in América? (WEEIA), adaptada para América Latina e análise da aderência às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto ao consumo de frutas, verduras e legumes, açúcar, sódio e gordura saturada. A estimativa de custos da alimentação foi baseada em preços dos alimentos das Pesquisas de Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo adotados critérios definidos de pareamento para linkage (ano de estudo, renda familiar per capita, perfil familiar), incluindo, aplicação de fatores de cocção e conversão, assim como uso de deflatores para comparação entre diferentes períodos. Elasticidades da demanda por alimentos foram analisadas utilizando-se regressão log-linear (endogeneidade/teste Durbin-Wu-Hausman). Associação entre custo e qualidade da dieta foi avaliada por meio de custo-efetividade/incremental. Resultados: De 2003 a 2015, houve aumento nos preços por caloria de cereais integrais e carne vermelha. Por outro lado, queda para frutas, verduras/legumes, feijão, leguminosas, oleaginosas/sementes e peixes/frutos do mar. Elasticidades-preço destes grupos de alimentos apresentaram coeficientes negativos, mostrando tendência de redução do consumo devido ao aumento dos preços. Cereais integrais mostraram complementaridade com oleaginosas e sementes, enquanto verduras/legumes, complementaridade com carnes processadas em 2003 e 2015, e oleaginosas/sementes em 2008 e 2015. Frutas e bebidas açucaradas apresentaram relação de substituição. Em 2015, dietas que apresentaram maior aderência às recomendações dietéticas (IQD-R - maiores pontuações) possuíam maior custo. No entanto, maior aderência às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto ao consumo de frutas, verduras/legumes, sódio, açúcares e gordura saturada representou menor custo. Indivíduos que compraram alimentos em feiras livres tiveram menor custo da dieta e aqueles com renda inferior a um salário-mínimo comprometem quase totalidade do orçamento familiar com alimentação (99,49%). Verifica-se maior participação no custo da dieta, do grupo das carnes, independente da qualidade da dieta. Conclusões: O método linkage constituiu-se um recurso importante para avaliação do custo das dietas em estudos em que estas informações estão ausentes. Devido à alta elasticidade-preço no período avaliado (12 anos), consumidores do município de São Paulo responderam ao aumento dos preços com redução do consumo. Grandes mudanças nos preços relativos de bebidas açucaradas deveriam ser necessárias para reduzir seu consumo, com possibilidade de substituição às frutas. Impostos para carnes ou subsídios para legumes e verduras devem considerar potenciais efeitos cruzados. Por outro lado, subsídios, aos cereais integrais, beneficiaria o consumo de oleaginosas e sementes. Maior custo de dietas apresentou maior aderência às recomendações dietéticas e local de compra de alimentos (feiras livres) melhoria na qualidade nutricional da dieta com menor custo. |