Qual a melhor estratégia de diagnóstico para detecção de lesões de cárie em superfícies oclusais e proximais de adolescentes?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Moriyama, Caroline Moraes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23132/tde-04032017-100321/
Resumo: Com a diminuição da prevalência de lesões de cárie francamente cavitadas na população, o foco atual é mais concentrado no diagnóstico e tratamento das lesões de cárie não evidentes. A inspeção visual, apesar da alta especificidade, tem apresentado baixa sensibilidade e reprodutibilidade na detecção de lesões de cárie. Por isso, o método é frequentemente associado aos métodos complementares, tais como o exame radiográfico e o método de fluorescência a laser. No entanto, devido à diminuição da severidade e da velocidade de progressão da cárie dentária nos últimos anos, não se sabe exatamente se essa estratégia é benéfica ao paciente. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a performance da inspeção visual isolada e associada aos métodos radiográfico e de fluorescência a laser na detecção de lesões de cárie não evidentes nas superfícies proximais e oclusais de pré-molares e molares em adolescentes. Foram selecionados adolescentes, de 12 a 17 anos de idade, que foram submetidos à detecção de cárie pela inspeção visual com o International Caries Detection and Assessment System (ICDAS), exame radiográfico interproximal e o método de fluorescência a laser (DIAGNOdent pen). Nas superfícies proximais, foram considerados os limiares de lesões não cavitadas e lesões cavitadas, e a separação temporária com o uso de elásticos ortodônticos e posterior visualização direta das faces foi considerado o padrão de referência. Já para superfícies oclusais, o padrão de referência foi a avaliação da presença de lesão em dentina após abertura operatória do sítio suspeito, após este ter sido diagnosticado como positivo por pelo menos um dos métodos. Nessas superfícies, apenas foi utilizado o limiar de lesões em dentina. Dois examinadores realizaram todos os exames, sendo que o primeiro examinador reexaminou cerca de 20% da amostra. Com isso, foram calculados os valores de reprodutibilidade inter e intraexaminador de cada método utilizando o coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e teste de kappa. Com relação aos parâmetros de acurácia, foram calculados os valores de sensibilidade, especificidade, acurácia e utilidade de cada método isolado e dos métodos complementares associados à inspeção visual de forma simultânea e sequencial. Foram avaliadas 834 superfícies proximais e 644 oclusais para a verificação de lesões não evidentes em 51 adolescentes. A inspeção visual apresentou os maiores valores de reprodutibilidade inter e intraexaminador, tanto em superfícies proximais, como nas oclusais. No entanto, o método radiográfico também mostrou resultados satisfatórios em todos os limiares e em ambos os tipos de superfície. Com relação à detecção de lesões iniciais em superfícies proximais, o exame visual apresentou maior sensibilidade em comparação aos métodos complementares. Para as lesões avançadas nas superfícies oclusais e proximais, o exame visual revelou uma tendência de apresentar maior especificidade em relação aos métodos adjuntos associados em simultâneo, acompanhado, no entanto, de sensibilidade inferior. A estratégia de associação simultânea da inspeção visual e exame radiográfico apresentou aumento nos valores de sensibilidade, mas com a diminuição da especificidade. Com relação aos valores de acurácia e utilidade na detecção de lesões mais avançadas em superfícies proximais ou oclusais, os valores das estratégias combinadas foram semelhantes ou menores que a inspeção visual isolada. Nas lesões cavitadas proximais, a associação simultânea não apresentou um benefício devido à baixa prevalência desse tipo de lesão na amostra (3,1%). Caso a prevalência fosse maior, essa estratégia poderia ter sido mais adequada. Observou-se também uma possibilidade de que lesões sombreadas em dentina nas superfícies oclusais pudessem ser confirmadas pelo exame radiográfico, ou seja, uma estratégia sequencial somente nesses casos. Dessa forma, pode-se concluir que, de um modo geral, a inspeção visual isolada é a melhor estratégia de diagnóstico na detecção de lesões de cárie em superfícies proximais e oclusais de pré-molares e molares de adolescentes. A associação da inspeção visual com os métodos radiográfico e de fluorescência a laser não parecem trazer grandes benefícios na maioria das situações.