Estudo dos efeitos da fotobioestimulação sobre a neuropatia diabética periférica.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rocha, Igor Rafael Correia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Rat
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42138/tde-23082023-162950/
Resumo: O dano celular primário oriundo das células de Schwann em situação de hiperglicemia é um aspecto em grande parte esquecido em termos de neuropatia diabética periférica (NDP). Em contrapartida, os mecanismos pelos quais a fotobioestimulação (FBE) gera seus efeitos promissores ainda é campo de extensa investigação. Pouco se sabe sobre os efeitos da FBE sobre a NDP. A partir disso, o objetivo deste estudo foi investigar os possíveis mediadores envolvidos no efeitos anti-hiperalgésico / anti-inflamatório da FBE em ratos com NDP induzida por estreptozotocina (STZ), assim como, os efeitos da FBE sobre a respiração celular de células de Schwann. Os experimentos foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA/ICB-USP), protocolo 2269190619. Ratos Wistar, machos, 200-250 g, 8-9 semanas, receberam dose única de STZ (85 mg/kg) ou veículo (salina) por via intraperitoneal (i.p). O diabetes tipo I foi determinado por glicemia 250 mg/dL. Os animais foram submetidos ao teste de von Frey eletrônico 72 horas após a injeção de STZ ou veículo (salina) e em dias alternados ao tratamento com a FBE. Ratos diabéticos hiperalgésicos foram submetidos à FBE (AsGa, 904 nm; 6 J; 45 mW; 18 s) aplicada sobre a região do nervo isquiático. As células de Schwann foram cultivadas em meio fisiológico e hiperglicêmico de glicose (5.5 e 55 mM) e a partir da passagem 3 foram submetidas à FBE (AsGa, 904 nm; 6 J; 45 mW; 18 s). Os ratos foram eutanasiados e foram coletados: nervo isquiático, gânglios da raiz dorsal (GRD) e adicionalmente, medula espinal e córtex anterior cingular para experimentos de Western blot. As células de Schwann foram submetidas a ensaios de viabilidade celular por MTT e aos ensaios de respiração celular. A FBE reverteu a hiperalgesia mecânica nos ratos com NDP. A FBE atuou de forma significativa na modulação de citocinas pró e antiinflamatórias no nervo isquiático e GRD de ratos diabéticos, assim como modulou o produto de glicação avançada carboximetilisina (CML) e seu receptor (RAGE) nos referidos tecidos. Foi observado também que a FBE foi capaz de modular o fator de transcrição nuclear kappa B (NFKB) no nervo isquiático e GRD de ratos diabéticos. Quanto a dinâmica mitocondrial, a FBE modulou de maneira expressiva os processos de fusão e fissão mitocondrial no nervo isquiático e GRD de ratos diabéticos. A FBE também atuou na modulação de proteínas relacionadas a dor e aos processos de excitação e inibição no sistema nervoso central (medula espinal e córtex anterior cingular) dos ratos diabéticos. A FBE aumentou a viabilidade celular das células de Schwann assim como, melhorou a respiração celular quando em meio hiperglicêmico (55 mM). Estes resultados podem ser influentes para o desenvolvimento de novas formas de terapias complementares que visem à restauração do sistema nervoso periférico em condição de hiperglicemia.