Resistência de Euschistus heros (Fabricius) (Hemiptera: Pentatomidae) a inseticidas na cultura da soja no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Tibola, Cristiane Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-11112021-160657/
Resumo: O percevejo-marrom Euschistus heros (Fabricius) (Hemiptera: Pentatomidae) é atualmente a principal praga da soja no Brasil, provocando danos significativos e, muitas vezes, irreversíveis à cultura. A principal estratégia de controle para regular as populações de percevejos tem sido o uso de inseticidas, principalmente do grupo dos neonicotinoides, entretanto, a pulverização destes inseticidas não tem alcançado a eficiência esperada de controle. Diante disso, para o aprimoramento de programas de detecção e monitoramento da resistência de E. heros a inseticidas, foram realizados estudos para (i) caracterizar a linha-básica de suscetibilidade de E. heros a thiamethoxam, imidacloprid e lambda-cyhalothrin, (ii) monitorar a suscetibilidade a esses inseticidas em 46 populações de E. heros coletadas nas principais regiões produtoras de soja no Brasil nas safras agrícolas de 2018 a 2020, (iii) selecionar e caracterizar a resistência de E. heros a lambda-cyhalothrin, thiametoxam e imidacloprid e (iv) avaliar a mistura de thiamethoxam e lambda-cyhalothrin no manejo da resistência de E. heros a inseticidas. Inicialmente, um novo método de bioensaio por ingestão mediante encapsulação de dieta artificial foi comparada com os métodos tradicionais de bioensaios de contato tarsal e de aplicação tópica. Para thiamethoxam e imidacloprid, o melhor método de bioensaio foi o de ingestão. Já para o inseticida lambda-cyhalothrin, o melhor resultado foi obtido por aplicação tópica. Mediante uso do melhor método de bioensaio para cada inseticida, foram definidas as concentrações diagnósticas, baseada na CL99 da linhagem suscetível de referência, de 5.65 µl de i.a./ml para thiametoxam; 12.45 µl de i.a./ml para imidacloprid e 0.20 µg de i.a./inseto para lambda-cyhalothrin. Foram obtidas alta variação na suscetibilidade a thiamethoxam (razões de resistência de 1.6 a 22.0 vezes), imidacloprid (razões de resistência de 1.6 a 22.0 vezes) e lambda-cyhalothrin (razões de resistência de 5.0 a 40.0 vezes) entre as populações de E. heros avaliadas. Posteriormente, foram realizados estudos de seleção de uma linhagem resistente de E. heros a inseticidas neonicotinoides a partir de uma população proveniente de Luiz Eduardo Magalhães-BA e outra linhagem resistente a lambda-cyhalothrin a partir de uma população de Londrina-PR. As razões de resistência obtidas após sete a oito ciclos de seleção foram de 66 vezes para thiamethoxam; 41 vezes para imidacloprid e 44 vezes para lambda-cyhalothrin. As linhagens de E. heros resistente a thiamethoxam e a lambda-cyhalothrin apresentaram indícios de resistência comportamental pela maior rejeição em permanecer na área tratada com os respectivos inseticidas em comparação com a resposta da linhagem suscetível. A mistura de thiamethoxam e lambda-cyhalothrin apresentou efeito antagônico no controle de E. heros. Portanto, o novo método de bioensaio por ingestão mediante encapsulação de dieta artificial foi eficiente para a detecção e monitoramento da resistência de E. heros a inseticidas neonicotinoides. A resistência de E. heros a inseticidas neoniconoides e piretroides foi comprovada no presente estudo. Embora a mistura de inseticidas neonicotinoides e piretroides seja uma prática comum no controle de E. heros, essa estratégia precisa ser revisada diante do antagonismo observado na mistura de thiamethoxam e lambda-cyhalothrin no manejo da resistência a inseticidas em populações de E. heros no Brasil.