Formas plurais e capacidades dinâmicas: uma análise dos arranjos organizacionais adotados por processadoras de cacau no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Matsumura, Luciana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-26102022-213749/
Resumo: As amêndoas de cacau são adquiridas pelas processadoras para atender, em sua grande maioria, o mercado de chocolates. Este setor vem sofrendo transformações, visto que os consumidores demandam cada vez mais, produtos de origem sustentável e que requerem manejos específicos. Isto suscita indagações a respeito da forma pela qual as processadoras de cacau adaptam seus relacionamentos com produtores, ou seja, adotam diferentes estruturas de governança para garantir o fornecimento estruturas estas compostas também por formas plurais (Ménard et al, 2014). Diante desse cenário, o estudo em questão avança na análise das formas plurais ao incorporar uma perspectiva dinâmica a esta abordagem. Para tal, busca-se responder à seguinte questão: Como as capacidades dinâmicas influenciam na escolha pelas formas plurais na obtenção de amêndoas de cacau pelas empresas processadoras no Brasil? Desenvolve-se uma visão integrativa entre a abordagem que utiliza a Economia dos Custos de Transação para explicar a existência de formas plurais, basicamente atribuindo-as à percepção simultânea de especificidade de ativos intermediária e incerteza significativa (Ménard et al, 2014; Schnaider et al., 2018); e a teoria das capacidades dinâmicas (Teece; Pisano; Shuen, 1997). Propõe-se que o desenvolvimento de capacidades dinâmicas influencie na percepção dos níveis de especificidade de ativos e incerteza, levando i. ao estabelecimento de formas plurais ou não; e ii. ao nível de coordenação envolvido na transação. Empiricamente, foram considerados três casos de processadoras de cacau com diferentes características, dos quais dois envolvem o uso de formas não plurais, e um, de formas plurais. Os resultados evidenciam a influência das capacidades dinâmicas sobre a percepção dos níveis dos atributos transacionais e sobre as consequentes escolhas organizacionais. Quanto maiores as capacidades dinâmicas, menores as incertezas percebidas e, portanto, menos prevalente o uso de formas plurais. Quanto maiores estas capacidades, menor a percepção da especificidade de ativos, e, portanto, menor será o nível de coordenação envolvido na transação. Estes achados podem ajudar a entender por que as formas plurais prevalecem ao longo do tempo em alguns casos, mas não em outros. Dessa forma, tem-se como proposição final que quanto mais as capacidades dinâmicas se desenvolvem ao longo do tempo, menor deverá ser a prevalência de formas plurais.