Variáveis sociodemográficas, clínicas e psicológicas associadas à adesão à hemodiálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Nakao, Renata Tamiê
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-07102013-104339/
Resumo: A adesão ao tratamento de pacientes em hemodiálise (HD) vem sendo estudada em função de seu impacto sobre o sucesso da terapêutica, a qualidade de vida e a mortalidade. Altas taxas de não adesão têm sido observadas, mas ainda não há investigações suficientes para gerar consenso quanto aos fatores relacionados a elas, especialmente no Brasil. O objetivo deste estudo descritivo de corte transversal foi avaliar a adesão ao tratamento de pacientes em HD no Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- USP, e identificar relações entre adesão ao tratamento e variáveis sociodemográficas, clínicas e psicológicas. Participaram 64 pacientes, que responderam a uma entrevista semiestruturada, à Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD) e à Escala de Apoio Social (MOS). Foram coletados dados clínicos e medidas objetivas de adesão no prontuário dos participantes, que foram classificados como sem e com adesão aos diferentes aspectos do tratamento segundo dois critérios distintos: um utilizado no HC (Critério HC) e outro descrito na literatura (Critério da Literatura). A amostra foi constituída por 51,56% de homens, com média de idade de 50,11 anos e 46,87% dos participantes eram analfabetos ou tinham Ensino Fundamental incompleto. O tempo médio de HD foi de 65,38 meses e, como doença de base, 34,38% referiram Hipertensão Arterial e 28,13, Diabetes Mellitus. Dos entrevistados, 53,12% não sabiam que sua doença de base poderia prejudicar os rins e 39,06% não realizavam ou realizavam parcialmente o tratamento de sua doença de base. Quanto aos aspectos psicológicos, 25% da amostra apresentaram sintomas de ansiedade, 12,5% de depressão e o escore médio na Escala de Apoio Social foi de 86,96. De acordo com o Critério HC, 68,7% dos pacientes foram classificados como sem adesão ao tratamento e, segundo o Critério da Literatura, 15,62% não aderiam ao tratamento. Encontrou-se evidência de associação entre sexo e adesão às sessões de HD e à dieta e medicação, e entre a escolaridade e a adesão dos pacientes ao tratamento. Observou-se, também, associação significante entre a história de adesão e os aspectos Controle Hídrico, Consultas e Geral da adesão ao tratamento atual, indicando que os pacientes com adesão a estes três aspectos também aderiam ao tratamento da doença de base. Quando comparadas as variáveis psicológicas, encontrou-se uma porcentagem significantemente maior de pacientes sem sintomas de depressão no grupo sem adesão ao controle hídrico. As taxas de adesão obtidas com o Critério da Literatura foram superiores aos resultados de estudos anteriores. O Critério HC se mostrou mais rígido e a diferença entre eles revela a necessidade de se validar e padronizar parâmetros para avaliar adesão à hemodiálise. Discutem-se as associações encontradas com base nos estudos da literatura e nos princípios da Análise do Comportamento. A complexidade do tema foi evidenciada pelos resultados e sugere-se a realização de novos estudos, com diferentes delineamentos, que busquem ampliar o conhecimento da Psicologia voltada aos pacientes renais crônicos, para o desenvolvimento de estratégias de intervenção mais apropriadas e eficazes.