Interculturalidade e vínculos familiares: uma intervenção psicossocial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Seidmann, Lisette Adriana Weissmann
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-07102016-183430/
Resumo: O mundo contemporâneo estrutura sujeitos que se submergem no espaço virtual, intercomunicados e com acesso para viajar a países distantes de modo vertiginoso; porém, os expatriados são uma amostra que, de modo mais abrangente, desenha o perfil subjetivo do sujeito do século XXI. Com base no trabalho psicanalítico feito com famílias de expatriados, a presente pesquisa visa a aprofundar o conceito de interculturalidade. Esses sujeitos contemporâneos se constituem a partir de um emaranhado de culturas que se entrecruzam, deixando marcas variadas que vão se estruturando em uma identidade intercultural. Os vínculos familiares servem de base e apoio, em seus diferentes formatos. Trabalhamos com o expatriado e sua família em encontros terapêuticos em situação vincular, pelos quais a terapeuta faz interpretações e assinalamentos sobre o processo de inserção em culturas estrangeiras. A teoria que ampara o trabalho clínico e teórico é a psicanálise das configurações vinculares. Vários autores são citados para dar luz sobre o mundo atual, partindo da psicanálise e também considerando outras ciências, como a sociologia e a antropologia. Trabalhamos sobre seis casos clínicos de expatriação: cinco famílias com filhos e um casal, para dar sustentação clínica à pesquisa teórica. Apresentam-se diversos modos de estrutura dos vínculos, frente às mudanças geográficas, de espaço, tempo e cultura. Algumas famílias dão sustentação a esses processos, colaborando na conformação da identidade intercultural de seus membros, enquanto outras ficam a meio caminho, nesse processo. Assinalam-se os diferentes níveis de modificação ou impossibilidades de transformação na estrutura familiar inconsciente de cada grupo familiar. Três dimensões da estruturação psíquica são levadas em conta, no presente texto, que incluem a conformação intrapsíquica, a intersubjetiva ou vincular e a transubjetiva ou sociocultural. Estabelece-se um link entre a teoria e a prática clínica, para chegar às conclusões sobre o perfil subjetivo do sujeito contemporâneo. A constituição subjetiva do sujeito contemporâneo pressupõe uma adaptabilidade e maleabilidade na oscilação entre diversos universos, a possibilidade de utilização do novo como forma de modificação interna e o uso dos recursos que assegurem uma certa estabilidade vincular e interna, para construir a identidade intercultural