Estudo e aplicação do enfoque de risco nutricional em crianças de zero a cinco anos de idade em uma comunidade de São Paulo

• Ano de defesa: 1990
• Autor(a) principal: Philippi, Sonia Tucunduva
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Desnutrição; Enfoque do Risco Nutricional; Focus Nutritional Risk; Malnutrition; Nutrição; Nutrition
• Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-26072016-134246/

O objetivo deste estudo transversal foi a aplicação do enfoque de risco de acordo com a metodologia proposta pela Organização Mundial da Saúde em uma favela com alta mobilização social e organização comunitária, na zona leste do município de São Paulo. Foram identificadas familias (n=458) que possuiam crianças abaixo de cinco anos de idade (n=694), homogeneamente distribuidas entre sexo e faixa etária. A realização de entrevistas com as mães e tomada de medidas antropométricas das crianças permitiram identificar os fatores de risco e a desnutrição proteico-calórica (D.P.C.). A comunidade foi caracterizada em termos dos perfis do meio ambiente, da família, da mãe e da criança. A prevalência encontrada utilizando-se a classificação de Gomez, foi de 70,3 por cento eutróficos, 25,6 por cento desnutridos de I grau; 3,4 por cento desnutridos de II grau; e 0,6 por cento de III grau. Para o diagnóstico da desnutrição optou-se pelo padrão de referência NCHS, adotando-se o percentil 10 como nivel crítico e o indicador para peso/idade ( 19,7 por cento da população total). As 60 variáveis independentes identificadas foram analisadas considerando-se as categorias de \"risco\" e \"não risco\" para desnutrição. Foram selecionadas 17 variáveis estatisticamente associadas por meio do teste x2 (p<0.05) e Odds-Ratio. Os fatores de risco que compuseram a escala foram: água de torneira para beber, presença de chuveiro e de descarga na bacia, tamanho da família, número de cômodos na casa, presença de geladeira e de liquidificador, baixo peso ao nascer, morbidade e tipos de morbidade, diarréia, assistência médica, paridade, estado civil, suplementação alimentar, idade da mãe e pré-natal. Para alguns fatores de risco clássicos, como aleitamento materno, não ficou evidenciada a associação significante nesta comunidade de estudo. As variáveis da categoria risco que estatisticamente estavam associadas à desnutrição foram agrupadas e constituíram Escala de Risco, com faixas estatisticamente definidas, estabelecendo-se pontos de corte nas faixas, com base na validade por meio de modelo de regressão logística. Os achados demonstraram que esta escala é indicada pois foi desenvolvida baseada em dados reais da comunidade, com sensibilidade=85,606060 por cento e especificidade=31,760435 por cento . Concluiu-se que a referida escala pode ser usada pela comunidade e pelos serviços locais de saúde no combate conjunto a desnutrição.