Como prever boa capacidade funcional nos pacientes em avaliação de risco pré-operatório?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lauterbach, Gerhard da Paz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-28082024-125524/
Resumo: INTRODUÇÃO: Capacidade funcional, definida como a capacidade de um indivíduo de realizar esforço aeróbico, tem valor prognóstico na avaliação de risco pré-operatório. Boa capacidade funcional está associada a menos complicações pós operatórias, especialmente quando mensurada através de testes objetivos, como o teste de esforço cardiopulmonar (TECP). Estudos sugerem que pacientes com boa capacidade funcional, aferida pelo limiar anaeróbico (LV1)> 11ml/kg/min ou o VO2 pico> 15ml/kg/min no TECP, têm menos complicações pós operatórias. Entretanto, testes objetivos não são amplamente disponíveis e poucas ferramentas são validadas para estimar a capacidade funcional nesse contexto. OBJETIVOS: Descrever o desenvolvimento, validação de rosto e validação de conteúdo de questionário de avaliação de capacidade funcional pré-operatória; realizar a validação de construto do questionário, testando sua capacidade de predição de boa capacidade funcional em comparação ao padrão-ouro: o TECP; comparar a acurácia do questionário desenvolvido em relação ao teste de escadas e ao questionário Duke Activity Status Index (DASI) quanto à predição de boa capacidade funcional. MÉTODOS: Este estudo foi dividido em duas etapas: primeiramente com desenvolvimento e validação de rosto e conteúdo do questionário de avaliação de capacidade funcional pré-operatória, com o auxílio de profissionais com expertise em atividade física ou em avaliação de risco pré-cirúrgico, bem como de pacientes em avaliação pré-operatória. Em um segundo momento, pacientes em avaliação de risco pré-cirúrgico responderam ao questionário desenvolvido, bem como ao DASI, realizaram o teste de escadas e, por fim, o TECP. Utilizou-se o método Stepwise Forward para seleção de perguntas do questionário que pudessem predizer boa capacidade funcional, além da seleção manual de variáveis baseadas em literatura. A acurácia dos modelos e dos testes para predição de LV1> 11ml/kg/min e VO2 pico> 15ml/kg/min foi avaliada por meio de análise de área sob a curva ROC (AUC ROC). RESULTADOS: Na etapa inicial do projeto, 60 pacientes foram submetidos às entrevistas abertas sobre capacidade funcional e, posteriormente, 11 experts e 10 pacientes auxiliaram o processo de seleção e reformulação de perguntas a fim de elaborar um questionário final. Em um segundo momento, 51 pacientes em avaliação pré-operatória responderam aos questionários e realizaram o teste de escadas. Destes, 34 pacientes realizaram o TECP. O questionário desenvolvido não teve boa performance em predição de boa capacidade funcional, sendo que nem a seleção manual de variáveis resultou em criação de modelo com perguntas do questionário com significância estatística. O teste de escadas e o questionário DASI tiveram acurácia moderada para predição de LV1> 11ml/kg/min e discretamente melhor para a predição de VO2 pico> 15ml/kg/min. A construção de modelo de predição combinando o teste de escadas e o DASI resultou em melhora da acurácia do modelo, com AUC ROC de 0,84. CONCLUSÃO: O questionário desenvolvido não apresentou boa acurácia na predição de boa capacidade funcional em pacientes em avaliação pré-operatória. No entanto, a combinação do teste de escadas e DASI resultou em boa acurácia, especialmente na predição de VO2 pico> 15ml/kg/min