Homem entre meios: centralidade das mídias na produção estética de Valêncio Xavier

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Fonseca, Daniel Felipe Espinola Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-25082021-115618/
Resumo: Mais que produzir uma obra em mídias variadas - o que, por si só, já seria um feito digno de nota -, o paulistano Valêncio Xavier Niculitcheff (1933-2008) realizou vídeos, filmes e livros que tomam a existência humana entre os meios de comunicação como um dos problemas de investigação que sedimentam os caminhos da construção de sua poética. Se sua obra em papel é ainda aquela que mereceu a atenção da crítica especializada, seja ela acadêmica ou de imprensa, a visão para seu sistema de pensamento produzido em forma artística é capaz de agregar camadas à discussão de suas obras e contribuir com elementos fundamentais para o exame de discussões que delas emergem. Tomando como hipótese de trabalho a centralidade - ora formal, ora temática - das mídias comunicacionais e do arquivo de textos culturais na produção estética valenciana, são apresentadas três frentes de entendimento e problematização, as quais delineiam o roteiro de exames da produção do artista. Na primeira, \"O vídeo como meio de síntese na cultura da edição\", investiga-se o trabalho do artista em torno de episódios históricos colocados em relação às múltiplas tecnologias de registro da memória humana. Observa-se como se situa a preocupação do criador com o tópico da historicidade. Na segunda, \"Existir entre meios: indivíduo e tempo, vivência e memória\", examina-se a questão do indivíduo em posição de diálogo com os textos e estímulos sensoriais que o cercam, e em como isso também implica uma investigação sobre temporalidade - da sincronia histórica iniciada no capítulo anterior, direciona-se aos tempos da vivência em movimento e das lembranças. Na terceira, \"Vulgar invulgar: tensionamentos entre níveis de cultura\", são estudadas obras que tomam o jornalismo e a literatura policiais, o cinema e a televisão ou como entrada temática, ou como pano de fundo fabulatório e formal gerador de conflito discursivo na composição de narrativas criminais. Além disso, realiza-se um contraponto entre tendências presentes nos universos fabulatórios valencianos, revelador em seus trabalhos de uma dimensão estética de discussão que parte da tensão entre repertórios inequivalentes promovida pela experiência midiática. Para tais empreendimentos, propõe-se metodologicamente a realização de análises cruzadas de trechos e obras na íntegra componentes de sua produção multimídia, integrantes de um corpus composto por cinco livros, dois curtas-metragens e quatro vídeos. Além da identificação e do estudo do pensamento valenciano em forma estética e de seus desdobramentos, objetiva-se contribuir para a fortuna crítica do objeto, inserindo-o num contexto analítico transdisciplinar.