Efeito das mensagens curtas de texto (mHealth) sobre fatores relacionados à atenção ao parto e nascimento: análise secundária de um ensaio aleatorizado por conglomerados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Moreira, Tamires Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-27082018-111300/
Resumo: Introdução: Um dos objetivos mundiais para a melhoria da qualidade de vida da população é a redução da mortalidade materna. Visto que esta expressa não só contextos relacionados à saúde, mas também, epidemiológico, social e econômico. Uma maneira de promover mudança nas taxas de mortalidade materna é por meio do enfrentamento de barreiras para a melhoria do cuidado obstétrico. Países que já superaram a falta de serviços e de acesso à assistência obstétrica enfrentam problemas relacionados à qualidade da atenção ao parto e nascimento. Como por exemplo, danos a saúde materna e neonatal decorrentes de intervenções desnecessárias ou até desaconselhadas. A utilização da tecnologia móvel por meio de mensagens enviadas às gestantes tem se mostrado eficaz, com melhorias no cuidado durante o pré-natal e pós-parto. Esta dissertação foi desenvolvida por acreditar que o uso de mensagens enviadas às gestantes no pré-natal poderia modificar fatores relacionados à assistência ao parto. Objetivo: Avaliar se mensagens enviadas por celular às gestantes produz efeito sobre a satisfação das mulheres com o atendimento ao parto, sobre o uso de boas práticas no parto e sobre a percepção delas sobre a ocorrência de abuso, desrespeito e/ou maus-tratos durante o parto. Métodos: Esta é uma análise secundária de um ensaio aleatorizado por conglomerados em 20 unidades básicas de saúde (UBS) com maior número de seguimento pré-natal. As 20 UBS foram aleatorizadas (1:1) de forma balanceada, por meio de um software, formando um grupo Intervenção e um Controle, com dez UBS cada. Do grupo Intervenção origina o grupo que efetivamente recebeu a intervenção (grupo PRENACEL). A intervenção compreendeu o oferecimento de um pacote de mensagens enviadas para o celular das gestantes como um complemento ao pré-natal padrão da rede pública. Participaram do estudo mulheres com 18 anos ou mais, com até 20 semanas de gestação, que estavam em seguimento pré-natal nas UBS selecionadas. A coleta de dados foi realizada em quatro maternidades, e para o presente estudo, foram avaliadas mulheres que tiveram partos por via vaginal e sem gestações de alto risco. Os desfechos avaliados foram: a satisfação dasmulheres com o atendimento ao parto; o uso de boas práticas na assistência ao parto e a percepção das mulheres sobre a ocorrência de abuso, desrespeito e/ou maus-tratos. Resultados: Esta pesquisa foi composta por 241 mulheres no grupo Controle e 427 no grupo Intervenção, sendo 63 pertencentes ao grupo PRENACEL. Não houve diferença estatística entre os grupos em relação à satisfação ou uso de boas práticas. Nem sobre a percepção das mulheres sobre a ocorrência de abuso, desrespeito e/ou maus-tratos durante o parto. Encontramos alta satisfação das mulheres com o atendimento e alta frequência de uso de boas práticas durante o parto comparado ao cenário nacional. Já a percepção delas sobre ocorrência de abuso, desrespeito e/ou maus-tratos foi baixa. Conclusão: O uso de mensagens enviadas a gestantes no pré-natal não demonstrou efeito sobre os desfechos avaliados.